
Voluntariado em viagens x trabalho escravo: Entenda a diferença
Entenda a diferença entre voluntariado em viagens e trabalho escravo e como você pode identificar o voluntariado certo pra você.Com o crescimento do nomadismo digital e do turismo consciente, muitas pessoas têm buscado alternativas para viajar gastando menos e vivendo experiências mais autênticas. Nesse cenário, o voluntariado em viagem tem ganhado espaço como uma forma de troca justa e enriquecedora.
No entanto, é importante saber diferenciar essas experiências de situações abusivas que se aproximam, ou até se configuram, como trabalho análogo à escravidão.
Nesse post você vai ler:
- O que é o voluntariado em viagens?
- Características de um voluntariado ético
- Quando o voluntariado vira exploração?
- Como se proteger desse tipo de armadilha?
- Como identificar o voluntariado certo pra você?
- É o voluntário quem escolhe o anfitrião — e não o contrário!
- Alinhar expectativas evita frustrações
- Afinal, a Worldpackers é confiável?
- O que é o Seguro da Worldpackers?
- Resumo pra quem quer voluntariar com consciência:
O que é o voluntariado em viagens?
O voluntariado em viagens é uma troca de habilidades por hospedagem, alimentação e outros benefícios não financeiros. O voluntário contribui com algumas horas de ajuda por dia em um projeto social, hostel, ONG, fazenda, escola ou até mesmo com famílias locais.
Plataformas como Worldpackers, Workaway e HelpX ajudam a mediar esse tipo de acordo, estabelecendo limites e regras claras para proteger ambas as partes.
Como eu uso a Worldpackers desde 2018 pra fazer voluntariado em viagens e gostei muito de todas as experiências que eu vivi, eu vou focar nessa plataforma porque eu consigo falar com propriedade do que eu já usei e recomendo.
Eu já fiz sete voluntariados e ajudei projetos de diversas formas diferentes e muitas vezes aprendi novas habilidades durante o intercâmbio voluntário.
1- Jardinagem numa pousada em Paraty (4 dias – sozinha – 2018)
2- Jardinagem numa fazenda vegetariana na França (10 dias – com uma amiga – 2019)
3- Limpeza e recepção num hostel em Cabo Frio (6 dias – com meu irmão – 2020)
4- Cuidar de cavalos num haras na Inglaterra (10 dias – sozinha – 2021)
5- Redes sociais num hostel em São Francisco do Sul (6 dias – com amigas – 2022)
6- Colheita de framboesas numa fazenda em Portugal (12 dias – sozinha – 2023)
7- Ajudar e brincar com crianças numa escola no Nepal (10 dias – com uma amiga – 2024)
Fazer intercâmbio voluntário vai muito além do que só economizar nas viagens (já que você não gasta com hospedagem e comida). É sobre fazer conexões especiais e networking, viver uma imersão cultural e experiências enriquecedoras. É sobre sair da sua zona de conforto e permitir se surpreender com o novo.
Eu faço voluntariado em viagens pra aprender novas habilidades, mas principalmente pra conhecer pessoas novas com histórias e pontos de vistas completamente diferentes do meu. Isso me faz crescer muito como viajante, mas também como pessoa e profissional.
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Características de um voluntariado ético
– Acordo prévio entre voluntário e anfitrião (com expectativas claras de ambas as partes);
– Carga horária razoável (geralmente entre 25 e 32 horas semanais);
– Compensação não financeira adequada (como estadia, refeições, experiências);
– Liberdade de ir e vir, com possibilidade de recusar tarefas que saiam do combinado;
– Ambiente seguro, respeitoso e com comunicação transparente;
– Possibilidade de aprendizado, troca cultural e desenvolvimento pessoal.
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Quando o voluntariado vira exploração?
Infelizmente, nem todo “voluntariado” oferecido por aí é legítimo ou justo. Algumas situações beiram ou até configuram trabalho exploratório ou escravo disfarçado, especialmente quando:
– As jornadas de ajuda ultrapassam de 7 horas por dia;
– Não há compensação adequada;
– A pessoa não pode sair quando quiser ou se sente coagida;
– O anfitrião lucra com a ajuda do voluntário sem oferecer nada em troca;
– Há condições precárias de moradia, alimentação ou segurança.
O que caracteriza o trabalho análogo à escravidão?
De acordo com a legislação brasileira, o trabalho análogo à escravidão inclui:
– Jornada exaustiva;
– Condições degradantes de trabalho;
– Servidão por dívida;
– Restrição de liberdade (inclusive por meio de vigilância, ameaças ou retenção de documentos).
Ainda que o voluntariado envolva uma troca informal, nenhum tipo de “acordo” justifica essas condições.
Como se proteger desse tipo de armadilha?
– Pesquise muito sobre o anfitrião antes de aceitar a vaga;
– Use plataformas que oferecem suporte, seguro e canais de denúncia;
– Leia avaliações de outros viajantes;
– Fique atento a sinais de exploração desde o primeiro contato;
– Confie nos seus instintos — se algo parece errado, provavelmente está;
– Saiba que você tem o direito de ir embora a qualquer momento.
Voluntariar pode ser transformador — mas precisa ser justo
O voluntariado em viagens pode ser uma das experiências mais enriquecedoras da sua vida — mas só quando feito com ética, consciência e respeito mútuo.
Não confunda oportunidade com exploração. E lembre-se: viagem com propósito não precisa vir com sofrimento.
Tenha sempre internet nas suas viagens e evite perrengues
Se você vai fazer voluntariado em outro país, estar conectado à internet não é luxo — é necessidade. Você vai precisar confirmar endereços, falar com o anfitrião, checar transportes, resolver imprevistos e, claro, acionar o suporte da plataforma se algo não sair como o combinado.
Eu já tive situações em que o Wi-Fi do voluntariado não funcionava ou era limitado, e poder contar com um eSIM me salvou!
É por isso que eu sempre viajo com o eSIM da Holafly , que oferece internet ilimitada em mais de 200 países. Você ativa o eSIM ainda na sua casa (sem precisar de chip físico), chega no destino e já sai usando a internet do celular na mesma hora.
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Como identificar o voluntariado certo pra você?
Aqui vão algumas perguntas que me ajudam na hora de escolher o meu voluntariado em viagens:
– Qual o objetivo do anfitrião com o voluntariado?
Se for só economizar com funcionários, cuidado. Os melhores anfitriões querem trocar experiências.
– O que está incluso?
Hospedagem? Refeições? Experiências locais? Verifique se a troca é justa pelo tempo de ajuda.
– Quantas horas por dia? Quantos dias por semana?
Trocas equilibradas giram em torno de 25-32h semanais. Mais do que isso já não é voluntariado — é emprego disfarçado.
– Você se identifica com a missão do lugar?
Trabalhar num projeto que você acredita faz toda a diferença na sua experiência.
– O que outros voluntários dizem?
Leia todas as avaliações com atenção. Elas são valiosas pra prever o clima do local.
– Você está pronta(o) pra esse tipo de experiência?
Nem todo voluntariado é leve. Algumas experiências envolvem desafios físicos e emocionais. Escolha de acordo com o que faz sentido pro seu momento de vida.
É o voluntário quem escolhe o anfitrião — e não o contrário!
Muita gente inverte a lógica e acha que está “sendo escolhida” pra um voluntariado, como se fosse uma vaga de emprego. Mas não é assim que funciona.
É o viajante quem escolhe onde, como e com quem quer voluntariar. Você tem total liberdade pra aceitar ou recusar qualquer vaga, de acordo com o seu perfil, interesses e valores.
Antes de fechar com um anfitrião, pergunte tudo que for importante pra você: onde você vai dormir, o que estará incluso, o que será esperado de você, como será a rotina, quais são os dias e horários de folga, etc.
E o mais importante: Faça todas essas perguntas pela própria plataforma (como a Worldpackers), assim o acordo fica registrado e isso te protege caso algo saia do combinado.
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Alinhar expectativas evita frustrações
Uma das chaves pra ter uma experiência positiva é alinhar as expectativas desde o início. Não tenha vergonha de parecer “exigente” — você está simplesmente se informando e garantindo que a troca será justa para os dois lados.
Se, ao chegar, você perceber que a experiência não condiz com o que foi prometido, você tem todo o direito de conversar, tentar ajustar… ou até mesmo desistir. Ninguém é obrigado a continuar em uma experiência abusiva, desconfortável ou que foge do acordo.
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Afinal, a Worldpackers é confiável?
Sim, a Worldpackers é uma das plataformas mais reconhecidas no mundo quando o assunto é voluntariado em viagens. Eles têm uma base sólida de anfitriões, um sistema de avaliação transparente e oferecem suporte e segurança pros voluntários.
Mas como qualquer plataforma, ela depende também da responsabilidade do usuário. Ou seja, é importante:
– Ler todas as informações da vaga com atenção;
– Conversar com o anfitrião antes de aceitar;
– Registrar tudo pela plataforma (combinados entre as partes);
– Ler as avaliações de outros voluntários;
– E, claro, respeitar as regras combinadas.
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Como viajar sem pagar por hospedagem e comida
O que é o Seguro da Worldpackers?
O Seguro WP é uma proteção oferecida pela plataforma caso algo dê errado durante a sua experiência.
Funciona assim: Se o anfitrião descumprir o acordo feito na plataforma, e você precisar sair antes do fim do voluntariado, a Worldpackers cobre até 3 noites de hospedagem em outro lugar (no valor de até US$59 no total da estadia).
Mas atenção: o seguro só vale se o acordo e a conversa com o anfitrião estiverem registrados dentro da plataforma — ou seja, nada de resolver tudo por WhatsApp ou fora do sistema oficial. Esse registro é sua prova caso você precise acionar o suporte.
Resumo pra quem quer voluntariar com consciência:
– Você escolhe a experiência (não o contrário);
– Pergunte tudo antes de aceitar — e registre isso na plataforma;
– Voluntariado não é emprego — é uma troca justa;
– Se algo sair do combinado, você pode e deve sair;
– Plataformas como Worldpackers oferecem suporte e seguro, mas é sua responsabilidade garantir que tudo esteja dentro das regras.
Se você está pensando em fazer sua primeira experiência de voluntariado em viagens, espero que esse post tenha te ajudado a entender melhor como tudo funciona de forma segura e consciente.
Se você usar alguma das minhas dicas de viagem, me manda um alô no Instagram @vidamochileira.
Beijos e até a próxima.
Mary Teles