Turismo sustentável no Brasil: Onde e como fazer?
Descubra o que é turismo sustentável e como esse estilo de viagem pode mudar a sua vida e de dezenas de pessoas locais. Veja, também, como funciona a Vivalá e como eles fazem turismo sustentável no Brasil.Recentemente eu descobri a Vivalá, uma empresa brasileira que promove o turismo sustentável no Brasil de forma muito rica e interessante para todos os envolvidos. Eu fiquei encantada com as propostas de viagens deles e acredito que você também ficará!
Como eles são especialistas no tema de turismo sustentável, eu decidi convidá-los a escrever um post aqui pro Vida Mochileira pra falar sobre esse estilo de viagem que, eu acredito, ser o futuro do turismo mundial, principalmente pós pandemia.
Nesse post você vai ler:
- O que é turismo sustentável?
- Como fazer turismo sustentável?
- Quais as diferenças entre ecoturismo e turismo sustentável?
- Quais são os pilares do turismo sustentável?
- 7 princípios do turismo sustentável
- Turismo sustentável no Brasil
- O que é a Vivalá e como ela funciona?
- A Vivalá é confiável? É seguro fazer excursões com essa empresa?
- Os principais destinos para fazer turismo sustentável no Brasil
- Qual é o futuro das viagens pós-pandemia?
O que é turismo sustentável?
Turismo sustentável consiste em viagens e outras atividades turísticas que respeitam a cultura, o meio ambiente e as pessoas dos lugares onde acontecem. Preserva tradições locais e a natureza, sempre destacando as comunidades locais. Em outras palavras: faz uso dos recursos naturais e humanos de forma consciente e responsável, gerando impactos positivos nessas regiões.
O contrário do turismo sustentável é o turismo predatório, que destrói ou deteriora a natureza ou as cidades. Isso acontece com o descarte incorreto de lixo, o mau uso dos espaços públicos e a degradação de obras, monumentos ou paisagens, por exemplo.
Outros problemas mais subjetivos, mas igualmente graves, do turismo predatório são: a especulação imobiliária, a falência de negócios locais com a chegada de grandes corporações, a prostituição infantil ou a descaracterização das culturas tradicionais.
É exatamente esse tipo de efeitos colaterais desagradáveis que o turismo sustentável evita e previne.
Alguns exemplos de turismo sustentável:
– Interação com botos na Amazônia: técnicos do Ibama e ICMBio monitoram as atividades e estabelecem as condições para que ela aconteça, além da atração acontecer em dias alternados e com limite de horas e turistas, para evitar que os animais percam seus hábitos selvagens;
– Restrição a empreendedores externos na Floresta Nacional dos Tapajós: assim como em outras unidades de conservação brasileiras, apenas membros das comunidades ribeirinhas e indígenas que moram na Floresta Nacional dos Tapajós – Flona podem ter negócios naquele espaço, como pousadas, redários e restaurantes;
– Volunturismo: o voluntariado também se torna uma atividade turística sustentável quando realizado em parceria com as comunidades locais, visando seu desenvolvimento, a preservação de sua cultura e do meio ambiente;
– Fornecedores locais: ao utilizar mão-de-obra e serviços locais, como restaurantes, pousadas, guias, canoeiros e artesãos, o turismo sustentável injeta dinheiro nas comunidades e faz a economia interna girar;
– Oficinas culturais: os saberes tradicionais das comunidades podem se transformar em atrativos turísticos por meio de oficinas de artesanato, culinária e muitas outras opções, ajudando a preservar esses conhecimentos.
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Como fazer turismo sustentável?
Para fazer turismo sustentável você precisa buscar empresas comprometidas com a preservação do meio ambiente e com o respeito às comunidades locais, preservando sua cultura e incentivando seu desenvolvimento social e econômico.
Como saber se uma agência realiza turismo de forma sustentável? Uma opção é pesquisar sua reputação no mercado: há quanto tempo ela existe, o que falam sobre ela, quais os fornecedores com os quais ela trabalha, quais são seus valores e como está a situação das regiões onde atua.
Uma alternativa é observar se a empresa já recebeu algum prêmio ou reconhecimento por sua atuação ou, ainda, buscar as opiniões de pessoas que já viajaram por ela ou de membros das comunidades locais que recebem os viajantes – as redes sociais ajudam bastante nessa pesquisa.
Por fim, empresas comprometidas com a sustentabilidade de suas ações costumam estar dispostas a falar sobre suas operações, investimentos e códigos de conduta.
Quais as diferenças entre ecoturismo e turismo sustentável?
Os conceitos de ecoturismo e turismo sustentável estão bastante relacionados, já que ambos se preocupam com o uso sustentável dos recursos naturais e humanos, bem como o bem estar das populações locais. Na prática, porém, a diferença é que utilizamos ecoturismo para descrever atividades realizadas ao ar livre e em contato direto com a natureza, enquanto chamamos de turismo sustentável qualquer atividade que considere o tripé da sustentabilidade: ambiental, social e econômico.
Em outras palavras, podemos dizer que o ecoturismo pode ser um tipo de turismo sustentável, mas nem todo turismo sustentável é ecoturismo. É o caso, por exemplo, do volunturismo ou do turismo de base comunitária, que não estão obrigatoriamente ligados ao ambiente natural, mas ainda assim são sustentáveis.
Quais são os pilares do turismo sustentável?
O turismo sustentável baseia-se nos três pilares da sustentabilidade: ambiental, social e econômico/financeiro.
O pilar ambiental é o mais comum e, portanto, mais simples de entender: diz respeito à preservação do meio ambiente e o uso consciente dos recursos naturais, respeitando os seus limites.
O segundo pilar trata da dimensão social, ou seja, garantir direitos fundamentais e condições dignas a todas as pessoas. Por fim, o terceiro pilar está ligado ao sustento e crescimento planejado de determinada região, levando em conta a qualidade de vida de quem vive ali.
O pilar econômico estimula oportunidades para empreendedores locais, paga valores justos a toda a cadeia de profissionais e gera riqueza e distribuição de renda.
7 princípios do turismo sustentável
1- Preservar o meio ambiente, utilizando os recursos naturais de forma consciente e respeitando seus limites;
2- Garantir o protagonismo das comunidades locais em todos os processos de decisão que envolvem seu território e suas vidas;
3- Estimular o desenvolvimento das economias locais por meio da utilização de fornecedores de produtos e serviços dentro das comunidades;
4- Respeitar a legislação vigente, as normas estabelecidas pelos órgãos competentes e o código de ética profissional;
5- Valorizar a diversidade, combater toda forma de discriminação ou preconceito, garantir os direitos fundamentais e preservar a cultura e a identidade regional;
6- Trabalhar pela excelência do serviço prestado ao turista, zelando por sua segurança, higiene, conforto, atendimento e acesso à informação;
7- Gerenciar o negócio de forma responsável e eficiente, considerando todos os públicos de relacionamento, como clientes, fornecedores, parceiros, concorrentes, órgãos de controle e fiscalização entre outros.
Turismo sustentável no Brasil
Bonito, no Mato Grosso do Sul, é sempre destacado como caso de sucesso do Turismo Sustentável no Brasil, principalmente por conta da gestão do volume e deslocamento dos turistas, controlado a partir de um sistema unificado, no formato de um voucher que identifica o viajante e os pontos que ele pretende visitar.
No interior de São Paulo, o multipremiado Hotel Fazenda Campo dos Sonhos também é um exemplo sempre presente quando se trata de turismo sustentável no Brasil, por conta de suas diversas ações dentro dos três pilares da sustentabilidade.
Ademais, a diversidade de biomas brasileiros, como as florestas amazônica e Atlântica, o cerrado, o pantanal e o extenso litoral, permite iniciativas interessantes de turismo sustentável que promovem a preservação e a conscientização ambiental, ao mesmo tempo em que apoiam comunidades tradicionais, como ribeirinhos, indígenas, quilombolas e caiçaras, tanto no desenvolvimento econômico quanto na valorização de suas culturas.
Mapa online do turismo sustentável no Brasil
Uma boa fonte de pesquisa sobre o assunto é o Mapa online do Turismo Sustentável no Brasil: Iniciativas Premiadas – Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) em conjunto com o Governo Federal. A premiação da Braztoa conta com a chancela da Organização Mundial do Turismo e reconhece iniciativas turísticas sustentáveis no país.
O mapa indica todos os premiados até 2018. Na edição 2019/2020 (última edição realizada até aqui), a Vivalá foi selecionada como a agência de turismo mais sustentável do Brasil.
O que é a Vivalá e como ela funciona?
A Vivalá é um negócio social que promove turismo sustentável no Brasil. Realizamos expedições para unidades de conservação do país, onde promovemos experiências de profunda conexão com a natureza e as comunidades tradicionais.
As viagens contam com grupos de cerca de 15 pessoas e têm duração de 4 a 11 dias. O roteiro combina atividades de ecoturismo de base comunitária e voluntariado.
A Vivalá já realizou 50 expedições em 7 comunidades brasileiras, injetando mais de 500 mil reais em economias locais e capacitando mais de 150 pequenos negócios familiares.
Em sua edição 2019/2020, a premiação da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo reconheceu a Vivalá como a agência mais sustentável do país.
Quais são os tipos de viagem da Vivalá?
As viagens da Vivalá são realizadas em grupos de aproximadamente 15 pessoas e têm duração de 4 a 11 dias, geralmente em períodos de feriados. O roteiro combina atividades de turismo comunitário, ecoturismo e voluntariado. Ficamos hospedados em comunidades tradicionais, como ribeirinhos, indígenas ou caiçaras, dentro de unidades de conservação nacional.
O voluntariado é realizado junto a essas comunidades, com o objetivo de capacitar empreendedores locais – como pousadas, restaurantes, artesãos, guias, músicos entre outros – para que desenvolvam seus negócios de forma sustentável. Utilizamos, para isso, metodologia própria batizada de “Universidade Vivalá de Negócios”, com 9 módulos que vão desde a concepção do negócio até técnicas básicas de vendas, negociação, divulgação e gestão.
No restante do tempo, o grupo participa de uma série de atrações de total conexão com a natureza e a população local: trilhas na floresta; interação com botos; mergulhos no rio, nas praias de água doce ou igarapés; observação do pôr do Sol e de estrelas; safári noturno no rio; oficinas de artesanato e culinária regionais; festas na comunidade; e muito mais.
Por fim, utilizamos ao máximo a infraestrutura e os fornecedores locais, como hospedagens, refeições, transportes, guias e atrações. Dessa forma, garantimos que pelo menos um terço do valor pago pela viagem seja injetado diretamente nas comunidades, impulsionando as economias locais.
O que é turismo base comunitária?
No Turismo de Base Comunitária – TBC, as comunidades locais são o centro das atenções, conduzindo atividades que tornam a experiência do viajante muito mais rica. Em paralelo, essas atividades também impulsionam a economia da região. A ideia, assim sendo, é promover um turismo justo e que promova sustentabilidade social e ambiental.
Tendo as populações locais como protagonistas, parte importante do turismo de base comunitária é valorizar a cultura e a identidade regional, preservando os saberes tradicionais das pessoas que vivem ali. Atrações como oficinas de artesanato e culinária, apresentações artísticas, rodas de conversa ou a simples inserção do turista na rotina diária daquele povo são formas de contribuir para isso.
A Vivalá é confiável? É seguro fazer excursões com essa empresa?
Sim, a Vivalá é confiável por ser referência em turismo sustentável e volunturismo no Brasil. Já viajaram pela Vivalá 773 pessoas de 9 países diferentes, em um total de 50 expedições e realizando mais de 4.500 horas de voluntariado. Com base no índice Net Promoter Score – NPS (baseado na pergunta “o quanto você indicaria a Vivalá para outra pessoa), atingimos o incrível índice de satisfação de 9,6 em uma escala de 0 a 10.
Destacamos ainda um dado curioso: a grande maioria das viajantes Vivalá são mulheres, que viajam sozinhas, em casal, família ou grupo de amigas. Também já tivemos crianças, adolescentes e idosos nas expedições. Tais fatos reforçam o ambiente acolhedor, seguro e empático que a Vivalá traz para cada expedição.
É muito comum que exista uma grande integração, tanto entre o grupo de viajantes quanto destes com a comunidade, em que são criados laços de amizade que permanecem após a viagem.
Por fim, lembramos que há sempre um facilitador da Vivalá presente e as expedições incluem seguro-viagem para todos os dias da expedição.
Alguns depoimentos de viajantes da Vivalá:
“Ai (lágrimas nos olhos aqui) que forte é ser voluntária de um projeto inspirador. Vim para o Amazônas com esse objetivo: desenvolver pessoas a empreender e aí o universo me manda o Carlinhos, um ribeirinho nato… cheio de gás pra fazer o negócio dele acontecer. @Somosvivala GRATIDÃO. Ju, minha parceira nessa experiência e muita troca boa, energia à flor da pele e a vontade de fazer acontecer logo é prioridade na minha vida. Obrigada.” – @anainspira
“Índia Tessana Tukana pintou meu rosto. Enquanto fazia a pintura, olhou diversas vezes para meus olhos… quando terminou, me deu um sorriso tímido e saiu. Então, encontrei com o representante do cacique que nos recebeu na aldeia e ele traduziu os símbolos que foram desenhados em mim. A tradução: “todo o verde da copa das árvores, o verde de toda natureza habita dentro de mim”. Me arrepiei. Esse lugar, essas pessoas… tudo é mágico e tem que ser protegido. Obrigada tribo Dessana Tukana. Obrigada, Amazônia.” – @nicolequaglia
“Já escrevi e apaguei esse texto diversas vezes por conta da quantidade de informações e experiências dessa viagem. As histórias eu vou contando devagarinho mas hoje preciso falar desse grupo de pessoas. As praias, trilhas e até mesmo a mentoria na Comunidade de Maguari serviam apenas de complemento para essa convivência tão rica e intensa. Essa viagem foi o melhor presente que eu poderia ter e eu saio dessa aventura ainda mais certo de que quem faz os momentos especiais são as pessoas. Aos que não estavam presentes nessa foto, essas palavras também são pra vocês!” – @cunhaneto
“GRATIDÃO é uma palavra forte, que muitas vezes usamos sem pensar. Acho que nunca senti gratidão tão genuína como nessa viagem. Emoção e choro autêntico tomaram conta de mim em vários momentos, misto de realização de um sonho, trocas existenciais com pessoas INCRÍVEIS e muito aprendizado”. – @gablasi
Os principais destinos para fazer turismo sustentável no Brasil
Confira abaixo os destinos das expedições Vivalá que ressignificam nossa relação com o Brasil e suas comunidades tradicionais, a partir das boas práticas ambientais e do voluntariado em educação:
1- Amazônia: Rio Negro (AM)
2- Amazônia: Rio Tapajós (PA)
3- Chapada dos Veadeiros (GO) – em breve!
4- Aldeia Shanenawa (AC) – em breve!
5- Chapada Diamantina (BA) – em breve!
6- Geoparque Seridó (RN) – em breve!
7- Grande Sertão Veredas (MG) – em breve!
Maior floresta tropical do planeta e detentora do rio mais extenso do mundo, a Amazônia é uma das maiores riquezas nacionais, porém cada vez mais ameaçada pelo desmatamento e pela ação ilegal de parte do agronegócio, garimpeiros e madeireiros. Durante as Expedições Amazônia, os viajantes têm a oportunidade de se conectar não apenas com a natureza exuberante, mas também com os povos que vivem na e da floresta, em especial ribeirinhos e indígenas.
Acreditamos que o turismo sustentável é uma ferramenta importante para a preservação ambiental e proteção das populações tradicionais, bem como para a conscientização ambiental dos brasileiros. Para quem participa de uma Expedição Amazônia pela Vivalá, fica claro a urgência e importância de manter a floresta em pé, não apenas por seu potencial valor econômico, mas pela nossa própria sobrevivência.
Qual é o futuro das viagens pós-pandemia?
O turismo sustentável, volunturismo, ecoturismo, turismo de base comunitária, turismo holístico, turismo étnico e o chamado “turismo lento” são tendências de viagens pós-pandemia.
Já estamos observando que, cada vez mais, as pessoas estão optando por investir em experiências ao invés de coisas. Aquele turismo formatado, padrão, na correria para visitar pontos turísticos e desespero para comprar produtos vem dando lugar para uma experiência mais profunda de autoconhecimento e de conexão com a natureza e com outras pessoas e culturas.
A pandemia mostrou que nosso modo de vida não era sustentável nem saudável para nosso corpo, mente e espírito. As viagens serão oportunidades de experimentarmos formas de vida alternativas, muitas delas ligadas aos povos ancestrais, com hábitos que se perderam ao longo do tempo e que, agora, sentimos a necessidade de resgatar.
As viagens pós-pandemia devem estar cada vez mais alinhadas com os valores e os propósitos de vida dos viajantes, que buscam experiências autênticas e voltar pra casa com sentimentos como o de gratidão pelo que acabaram de vivenciar.
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Espero que você tenha curtido esse artigo super completo explicando de forma detalhada o que é e como funciona o turismo sustentável no Brasil. Se você conhece alguém que precisa ler sobre isso e quer viajar assim, envia o link desse post pra essa pessoa.
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Até a próxima!
Beijos,
Mary