Valle de la Luna e Valle de la Muerte no Atacama [Cap. 6]
Um dos passeios mais conhecidos de San Pedro de Atacama é o Valle de la Luna e Valle de la Muerte. Confira como foi a nossa aventura, valores e dicas importantes.BOLÍVIA – CHILE – PERU EM 23 DIAS (ABRIL/2016) POR $ 1.300,00 DÓLARES NA VIAGEM [T-U-D-O MESMO = $1.900,00 dólares]
Cap.6: Chegada em San Pedro de Atacama: Valle de la Luna e Valle de la Muerte
05/4/2016
1º dia: Valle de la Luna, Valle de la Muerte e o pôr do sol na Piedra del Coyote
Saímos da Bolívia por volta das 10:45/11:00 e chegamos na imigração do Chile por volta das 12:00 (adiante seu relógio em uma hora e passará a ser 13:00, ou seja, não ache que você tem tempo extra, porque não tem – SERÁ BEM CORRIDO ESSE PRIMEIRO DIA NO ATACAMA).
Nossa passagem por San Pedro de Atacama foi mais curta do que queríamos. Obviamente o dinheiro influenciou, já que SPA é uma das partes mais caras do roteiro, mas no nosso caso o que mais pesou era não termos dias sobrando.
Nosso roteiro já tava mega compacto, não tínhamos muito onde mexer (óbvio que se rolassem imprevistos tínhamos um plano B e talvez um plano C) porque queríamos deixar um dia extra no final da viagem por segurança pra voltar pra casa, já que a Elisa começava a trabalhar na segunda e chegaríamos no Rio no domingo às 20:40.
No final, deu tudo tão certo que ficamos com um dia extra em La Paz, porque decidimos no meio da viagem (já no Peru) voltar de avião de La Paz pra Santa Cruz de La Sierra ao invés de pegar um ônibus que demoraria 17hrs. É sempre bom tentar deixar seu roteiro com um dia mais flexível que você possa utilizá-lo se der alguma merda no meio do caminho rs.
A imigração foi tranquila e ao mesmo tempo tensa (pode isso Arnaldo?!). Assim que sentamos no ônibus o motorista nos deu os formulários da imigração que deveríamos preencher. Estávamos quase chegando quando lembrei que a gente tinha algumas maçãs com a gente e que teríamos que jogar fora. Eu e Vagner devoramos rapidinho as maçãs e relaxamos quanto a isso.
Chegamos na cidade e o motorista pediu que todos descessem do ônibus com seus documentos para recebermos os carimbos da imigração. Na fila estávamos só com nossas mochilas de ataque e com os biscoitos (sei lá porque estávamos segurando os biscoitos, mas ok).
O motorista esvaziou o ônibus, ou seja, colocou todos os mochilões e malas entulhados do lado de fora pra depois passarmos tudo pela Aduana. O mocinho lá da imigração não perguntou nada e carimbou o passaporte de boa e nós já nos encaminhamos pra fila da Aduana.
Passamos os mochilões pelo detector de metais e até então tudo tranquilo, né? Eis que eu e Vagner lembramos das folhas de coca dentro dos mochilões (não dava mais pra mexer e tirá-las na encolha rs), e já tínhamos lido em vários relatos que era proibido passar com elas pela Aduana.
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Caracaaaaaaa FUDE*!!! Aí já cutucamos a Elisa e a Patrícia e o Arthur e o Vitor e todos começaram a suar frio, porque se você for pego com algo ilegal tem que pagar multa (não sei de quanto não!).
Pensa numa dor de barriga repentina de tanto medo. Era só o que faltava né? A polícia passou os mochilões no detector de metais e depois empilhou as mochilas no chão e soltou um cachorro pra cheirar elas e encontrar coisas ilícitas. PQP!!!
Eles deixam todos os turistas atrás das mesas de revista e soltam a cachorra. A cachorra deu umas cinco voltas cheirando todas as mochilas. Todas às vezes que ela passava pelos nossos mochilões a gente congelava.
Eis que ela não encontrou nada em nenhum mochilão e o policial tava puto já – afinal não era possível que ninguém tivesse trazido algo ilegal, né? Aí eles colocaram uma mochila deles no meio das nossas (que provavelmente tinha alguma coisa ilícita) pra testar o olfato da cachorrinha. Soltaram ela de novo e na hora ela foi em cima da mochila dele tentar cavar. Hahahahahaha
Tiraram a mochila deles e afastaram mais os mochilões uns dos outros e soltaram a cachorrinha de novo (coitada) e ela não encontrou nada DE NOVO. Então, liberaram a gente e pudemos seguir viagem. Caraaaaaaaaaaa! Foi muita sorte ela não ter encontrado as folhas de coca, porque ia dar uma merda.
Importante: Não é permitido levar qualquer tipo de alimento não industrial de um país pro outro por causa das questões sanitárias e ambientais. Algumas pessoas já foram paradas por causa das folhas de coca também. Então, se você não quer ter dor de cabeça ou tensão na hora da Aduana, nem leve suas folhas de coca (just in case).
Seguimos andando para o hostel dali mesmo (perguntamos se era perto e nego disse que eram só 15 minutinhos – óbvio que nos perdemos e fizemos quase em meia hora hahahaha), já eram 13:30 e não tínhamos tempo a perder já que nosso primeiro passeio pelo Atacama sairia às 16:00 em ponto.
Nosso hostel seria o Towanda hostel (o mesmo que o Rodrigo ficou), porque a dona dele também era dona de uma agência de turismo e ainda fazia câmbio e poderíamos conseguir algum desconto legal.
Mochilão nas costas, sol de rachar (tava quente pra caralh*) e perdidos em SPA. Fomos perguntando e as pessoas iam dando a direção, numa dessas direções pegamos a rua errada e quase fomos parar no Japão (mentiraaaa andamos um pouquinho só, mas estávamos tão cansados por causa do calor que parecia tudo muito longe rs).
Até que um dos meninos achou a plaquinha com o nome da rua e chegamos finalmente ao hostel que, adivinhemmmm, tinha trocado de nome! Hahahahahahaha O nome do hostel agora é Atacama Roots.
Tocamos a campainha e uma moça super simpáticaaa veio atender a gente (esqueci o nome dela, foi mal), perguntamos se tinha quarto pra seis e ela disse: Tem sim! A gente comemorou, porque não queríamos nem cogitar a ideia de sair de novo naquele sol quente carregando os mochilões pra procurar outro hostel.
E pra nossa surpresa ela ainda nos passou um valor de diária 1.000 pesos mais barato que o que o Rodrigo pagou em 2015. Filhoooo! Na hora dissemos que ficaríamos! Hahahahaha A diária saiu por 7.000,00 pesos pra cada e ainda ficamos num quarto só pra gente! Vamos, então, à parte que conhecemos o hostel, né?
Primeira coisa importantíssima: TINHA WI-FI (depois de quase 3 dias sem internet a gente tava se sentindo no paraíso)! Tinham só dois dormitórios, o nosso e um maiorzinho que devia ter umas 10 camas (os quartos tinham, pelo menos, três lockers).
Tinha uma cozinha que quando chegamos tinha um gato andando em cima do fogão (abstraímos essa cena, claro), um varal legalzinho que seria ótimo pra gente pendurar nossas roupas molhadas (lê-se biquínis, toalhas, meias e calcinhas que lavamos no chuveiro mesmo, porque né? É assim que mochileiro se vira) e dois banheiros que tinham água quente, mas BEM fraquinha. E acreditem se quiser, quando um ligava junto com o outro, os dois quase não tinham água.
Então, a gente usava um pra tomar banho e outro pras necessidades, porque era impossível usarmos os dois chuveiros ao mesmo tempo. Ahhhhh! Ponto positivo: a descarga funcionava super bem! Hahahaha Parece piada, mas não é! Numa viagem que tu come de tudo e experimenta coisas novas todos os dias, o estômago não ajuda muito e você sempre se sente mais confortável quando sabe que seu coco vai embora, né? hahahahaa
Caraaaa o hostel era ok. Não foi o melhor hostel que fiquei na vida, mas também não foi o pior. Tínhamos uma puta vista pro vulcão Licancabur e o hostel era muito bem localizado. Ficava atrás da rodoviária e a 15 minutos andando do centrinho. Então, fizemos tudo andando em SPA. Ficaria novamente nesse hostel de boa.
Importante: Você vai se deparar com muitos cachorros e gatos de rua em SPA. O fato deles estarem, também, nos hostels acho que não tem muito como fugir. Li em muitos relatos que os gatos dominam a região e que se você for procurar um hostel sem qualquer animal, vai gastar um tempo precioso.
No nosso caso, tínhamos sempre o cuidado de deixar a porta do nosso quarto fechada pros gatos não entrarem, porque se tivesse aberta, eles entravam mesmo! Eu tive que colocar um gato pra fora umas 30 vezes (quando deixávamos a porta encostada).
Já eram 14:00 quando deixamos os mochilões no nosso quarto, cada um escolheu sua cama, trocamos de roupa rapidinho (colocamos um short e uma regata porque tava quente pra caraca) e perguntamos pra moça simpática onde poderíamos fechar os passeios.
Ela fez questão de nos levar até a agência da Dona Maria (dona do hostel e da agência Towanda) e ficar esperando lá com a gente. Esperamos uns 30 minutos lá na agência até a Dona Maria aparecer e a gente começar a negociar valores.
Primeiro perguntamos a respeito dos passeios (a gente tava se baseando pelos preços que o Rodrigo pagou em 2015, pra ver se tinha alterado muita coisa) e ela fez lá os descontos dela, só sei que no final acabamos pagando nos passeios a mesma coisa que o Rodrigo (enquanto uns valores aumentaram, outros diminuíram).
Depois que já sabíamos quanto gastaríamos nos passeios e nas diárias do hostel, calculamos uma média de quanto gastaríamos de comida e bebida e quanto pagaríamos na passagem de ônibus de SPA até Arica.
A gente nem foi fazer pesquisa de preço porque não dava tempo e como os valores estavam muito similares aos do Rodrigo que foi em 2015 a gente achou bem atrativo. Rodrigo disse que quando ele foi a Towanda era agência com os melhores valores da região, então, ficamos tranquilos e fechamos ali mesmo.
Mas, se você tiver com tempo sobrando, vale uma pesquisada só por paz na consciência! Hahaha Detalhe: Eles terceirizam o transporte desses passeios, então, junto com a gente ia mó galera de outras agências, independente do valor que cada um pagou!
Importante: Tivemos que decidir os passeios que eram prioridades pra gente, porque não teríamos tempo hábil para fazermos todos os belíssimos passeios que o Atacama oferece! Escolhemos: Valle de la Luna + Valle de la Muerte no primeiro dia, Lagunas Altiplanicas + Piedras Rojas no segundo dia, e Salar de Tara no terceiro dia.
Após nossos cálculos, decidimos trocar $ 200,00 dólares a um câmbio de 670,00 pesos por dólar (essa cotação se aplicou quase que na maioria das casas de câmbio da Calle Toconao), o que nos deu uma bolada de 134.000,00 pesos.
Caraaaaaa PRESTEM MUITA ATENÇÃO NA HORA DE PAGAR AS COISAS COM ESSAS NOTAS ALTAS. Como são valores que não estamos acostumados, você acaba se perdendo legal! Eu quase dei 5.000 pesos achando que eram 500 pesos. ATENÇÃO NA HORA DE CONFERIR O TROCO TAMBÉM!!!!
Nossos gastos iniciais logo de cara ficaram assim:
– 7.000 pesos – Diária do hostel (X2)
– 7.000 pesos – Valle de la Luna, minas, Pedra três Marias, Valle de la Muerte, Pedra do Coyote (pôr do sol) – 1º DIA
– 3.000 pesos – Entrada no Valle de la Luna (estudante paga 2.500 pesos)
– 30.000 pesos- Toconao, Socaire (café da manhã), Piedras Rojas, Lagunas Altiplanicas (Miscanti e Miñiques), Salar do Atacama, Laguna Chaxa – 2º DIA
– 2.500 pesos – Entrada da Reserva Nacional Los Flamencos
– 2.500 pesos – Entrada do Salar de Atacama – 3º DIA
– 40.000 pesos – Vegas de Quepiaco (café da manhã), Monjes de la Pacana, Las Catedrales de Tara, Salar de Tara, Licancabur (não existe taxa de entrada nesse dia)
OBS: Acabamos não perguntando quanto seriam os outros passeios, mas se servir de referência, seguem os valores do relato do Rodrigo de Abril de 2015: Laguna Cejar – 15.000 pesos (talvez tenha que pagar um entrada de 15.000 pesos também), Geisers del Tatio – 15.000 pesos, Valle del Arco-Íris – 20.000 pesos e Uyuni (3 dias e 2 noites) – 90.000 pesos.
OBS.2: Viu como fazer o tour do Salar de Uyuni saindo de Atacama é bem mais caro que saindo propriamente de Uyuni? Com um preço promocional de 90.000 pesos em 2015 (não sei quanto de fato está o valor em 2016), convertendo pra bolivianos, sai uns Bs.100, Bs.200 a mais que o que pagamos em Uyuni.
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Pagamos tudo, com exceção das taxas de entrada que são pagas diretamente nos locais, e fomos, literalmente, correndo comer, porque já eram quase 15:00 e a van saia às 16:00 da frente da agência e a gente ainda tinha que ir no hostel pegar um casaquinho e o protetor solar (olha a contradição hahahaha) porque tava muito quente, mas a mocinha simpática disse que à noite podia esfriar.
Importante: Como eu disse lá no CAP.1 a negociação de câmbio em dólar é muito mais fácil que em real. SPA foi o único lugar que o Arthur e o Vitor que estavam viajando só com real tiveram problema.
Eles tiveram que trocar o real por dólar e depois o dólar por peso e acabaram perdendo um dinheirinho nessa brincadeira de cotação. Além disso, notas altas e novas de dólar são melhores aceitas do que notas pequenas tipo $ 20,00.
A Dona Maria nos indicou uns “restaurantes” baratinhos (tava mais pra pé sujo mesmo) atrás do mercado central e foi lá mesmo que fomos matar a fome. Pedimos nossas comidas e veio muito rápido e regadooo!!!
A moça já trouxe a sopa de entrada, nos deu o suco (já vinha incluso no valor) e uns 10 minutinhos depois já trouxe os pratos feitos (Pollo a la Placha – comida rotineira da viagem: arroz, salada, batata frita e frango grelhado) que comemos tão rápido que ainda tenho a sensação de estar com aquela comida entala na goela rs.
A comida tava ótima e o preço estava sensacional também, pagamos 3.000 pesos no almoço e depois a moça veio pedir a gorjeta que dava 300 pesos.
Nessa hora foi muito engraçado, porque como os valores são muito altos, quando ela me pediu 300 pesos de gorjeta eu já imaginei 300 reais e na hora já pensei: Essa mulher tá maluca cara! Foi quando o Vagner mostrou quanto de fato dava em real aí eu pensei coitada! Demos a gorjeta e saímos correndo pra pegar as coisas no hostel.
Era 15:30 quando saímos do pé sujo, sei que chegamos no hostel esbaforidos, pegamos tudo e voltamos correndo. Conseguimos chegar na agência 15:55! Caracaaaaa a gente só não participa do atletismo nas Olimpíadas porque não queremos humilhar a galera, né? rsrs
A van chegou e fomos logo nos acomodando e o guia meio aleatório disse que a primeira parada seria em 5 minutos pra gente pagar as entradas no Valle de la Luna. Ele recolheu o dinheiro (3.000 pesos valor normal e 2.500 pesos valor pra estudante) e a carteirinha de estudante de geral e desceu da van. Quando ele voltou, nos devolveu a carteirinha e o ticket de entrada.
Algumas pessoas fazem esse passeio de bicicleta, deve ser irado, mas ao mesmo tempo cansativo e restrito. Fomos a alguns lugares de van que eu duvido que conseguisse ir de bicicleta com a minha preparo físico de sedentária.
Óbvio que de bicicleta você explora lugares que quem vai de van não explora e vice-versa. Ir de bike é mais econômico também, mas antes de escolhê-la tenha a real noção se você vai curtir o passeio ou vai mais se matar do que de fato apreciar as paisagens. Atente-se para o fato do entardecer também, que te limita um pouco caso você não esteja com os equipamentos necessários (lanternas, por exemplo).
Conhecemos uma brasileira que escolheu fazer esse passeio de bicicleta e na metade do caminho largou a bicicleta presa num poste e começou a pedir carona, porque ela disse que tava sendo mais sofrimento do que curtição e que não conseguiria aproveitar nada se continuasse com a bicicleta!
Entradas pagas e seguimos viagem para a primeira parada do passeio que não ficava muito distante da entrada (uns 15/20 minutinhos). O guia era bem aleatório (já falei isso, mas quero reforçar)! Nem parecia que tava trabalhando, falava umas paradas meio sem pé nem cabeça e dava uma cagadinha básica nas nossas cabeças.
A van chegou na primeira parada e ele disse NA MAIOR CARA DE PAU: 1km pra ir e 1km pra voltar! Caminhada tranquila gente! TRANQUILA NO C* DELE! PQP!
Começamos bem! Paisagens lindas, caminhos largos, tudo super tranquilo de fato. Elisa já tava meio preocupada porque tem medo de altura, mas do jeito que estávamos caminhando ela deu até uma relaxada e fomos tirando altas fotos no caminho. Chegamos na primeira parada no topo e foi LINDO DEMAIS! Uns vales maravilhosos, umas paisagens muito loucas e iradas. A gente tava se sentindo no paraíso!
Eu e Elisa acabamos ficando pra trás porque estávamos tirando nossas últimas fotos lá, mas nem estávamos preocupadas porque na nossa cabeça iríamos voltar pelo mesmo lugar que viemos! Quando a gente olhou pra trás geral já tinha ido por um novo caminho. Aí que começou a dar ruim!
Até então ainda estava tranquilo apesar de estarmos andando num penhasco estreito (eu ainda tava com a câmera no pescoço, celular e gopro na mão e Elisa só com o celular dela), daqui a pouco a parada começa a ficar MUITO estreita mesmo e eu já tava vendo a merda que se anunciava.
Falei pra Elisa guardar o celular dela e eu também guardei tudo dentro da mochila. Ela tava andando na minha frente já tremendo de medo da altura e eu era a última mandando ela ter calma e não olhar pra baixo.
Eu falava pra ela só segurar nas pedras, já que o caminho que estávamos fazendo era uma mistura de montanha com duna, então tinha muita areia e algumas partes sólidas que deveríamos colocar os pés. Eis que a merda começou!
Elisa tava indo bem apesar de estar tremendo muito, no meio do caminho ela foi colocar a mão em uma pedra pra se segurar e a pedra rolou! SIM! A MERDA DA PEDRA ROLOUUUU! Putzzzz! Nessa hora, óbvio que a Elisa olhou pra baixo e aí fudeu tudo! Ela começou a chorar e falar que ia morrer.
A gente já tava que nem duas lagartixas de tão grudadas na parede, que era quase vertical, então não tínhamos muito ângulo pra dar passos em falso. Sem sacanagem! Esse caminho era bem perigoso até mesmo pra quem não tem medo de altura como eu. Você olhava pra baixo e pensava: Putzzz! Se uma pedrinha rolar eu vou junto!
Eu falava pra ela ter calma que eu ia chamar o guia, nisso vi de longe o Vagner e a Patrícia que estavam lá na frente perto do guia e eles sabiam que a Elisa tinha medo de altura. Apontei pra Elisa do tipo: manda esse guia voltar e ajudar a gente.
Nisso eu fui me arrastando e ‘escalando’ pra passar por cima da Elisa, porque ela travou ali e não se mexia mais, só chorava e dizia que ia morrer e eu comecei a ficar nervosa (quando fico nervosa começo a rir) e falava rindo pra ela ter calma (eu sem noção, né?).
Fui escalando pra passar por cima dela, cheia de cagaço porque se eu rolasse ainda levava a Elisa junto (olhaaa a merda), eis que quando olhamos pra frente tem uma senhorinha também presa porque não conseguia achar um lugar firme pra colocar os pés!
Mas, a situação da senhorinha ainda conseguia estar pior que a nossa, porque a gente tava vendo que ela tava escorregando aos poucos, e Elisa ficava mais nervosa. Caraaaa, sem sacanagem, MUITO PERIGOSA ESSA MERDA!
Aí o guia voltou meio que sem querer voltar e foi ajudar a senhorinha e um outro rapaz que acho que era brasileiro veio me ajudar, mas eu pedi pra ele ajudar logo a Elisa porque eu tava bem, mas que ele precisava ajudar ela urgente.
Aí a mocinho foi dando toda assistência pra Elisa, mostrando onde ela devia colocar os pés e tal e finalmente conseguimos sair da parte perigosa. UFAAA! Elisa tava mais branca do que já é.
Seguimos o caminho estreito e nos deparamos com a imensidão do Valle de la Muerte (talvez seja por isso o nome rs), paisagens lindas e o guia deu uma mini palestra da história do lugar. Elisa tava mais preocupada em como desceríamos do que com a história. Eis que o guia diz que voltaríamos por outro caminho mais tranquilo! NO C* DELE DE NOVO! Esse cara devia estar drogado, sério!
Fomos andando por um caminho estreito (Vagner tirando foto sem olhar pra onde tava indo tropeçou e quase foi parar lá embaixo) até que chegamos na hora de descer! PQP! Uma descida praticamente vertical a 2.500 metros de altura. Todos tiveram de descer de bunda, porque era impossível descer em pé como uma pessoa normal.
Elisa já começou a tremer e eu fui na frente dela mostrando onde ela devia colocar as mãos e os pés. Eu frisava que era pra ela colocar o pé só nas partes rochosas porque o tênis prendia legal e deixava claro que se ela escorregasse eu conseguiria segurar o peso dela e a gente não cairia (eu já tava me preparando pra segurar ela mesmo, se ela escorregasse).
Fomos descendo no nosso tempo, a maioria já tava lá embaixo, mas fomos bem devagar com calma. Aí teve uma hora que ela travou e não queria mais descer. Um gringo veio e ajudou ela e eu continuei descendo devagar.
Teve um brasileiro que rasgou a calça por causa dessa palhaçada de ter que descer de bunda. Deu tudo certo no final, nego bateu palma pra Elisa e tudo quando ela chegou lá embaixo! Hahahaha
Aí fomos perguntar pro guia se já tinha tido algum acidente nesse percurso e ele diz rindo: Ninguém morreu não, mas no começo do ano duas pessoas caíram e quebraram uns ossos, mas nada demais! EU QUASE VOEI NO PESCOÇO DESSE INFELIZ!
Até hoje não sabemos se esse percurso é normal ou se só esse guia doente meteu a gente nisso, mas perguntamos pra alguns brasileiros ao longo da viagem e ninguém fez essa doideira que fizemos.
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Entramos na van e fomos conhecer as Três Marias. Nada demais, mas nessa parada ele explicou a história da formação daqueles vales e tal. A explicação foi mais interessante que o lugar em si!
Fizemos mais uma ou duas paradas dentro do Valle e seguimos viagem (20/30 minutos) para ver o pôr do sol na Pedra do Coyote. O lugar tava lotado de turistas, mas fazer o que né? Da mesma forma que você quer conhecer lugares novos e tirar fotos, tem mais 5678 pessoas que também têm esses objetivos! Relaxe um pouco e vá curtir o lugar.
Conseguimos fazer fotos lindas mesmo estando lotado, até porque o lugar é grande, então tem uns buracos que você consegue se enfiar e fazer fotos iradas. Até que a gente percebeu que ainda não tinha visto a famosa Pedra do Coyote em si.
Caminhamos mais um pouco a frente e vimos! Fomos lá rapidinho e tiramos uma foto muito top com aquela imensidão maravilhosa de fundo, sem contar as cores do pôr do sol que estavam espetaculares!
Já começava a esfriar um pouquinho quando voltamos pra van. Chegamos em San Pedro às 20:00 e fomos encontrar o Arthur e o Vitor pra gente jantar (eles não fizeram esse passeio não). Encontramos eles por acaso quando estávamos procurando um restaurante/pizzaria e acabamos entrando em um que o serviço era muito ruim, mas a comida era até gostosa. A galera rachou duas pizzas e eu comi um hambúrguer e bebi um suco pela fortuna de 5.600 pesos.
Passamos pelo mercado para comprar mais água (eu e Elisa dividimos uma garrafa de 6L – 600 pesos pra cada) e fomos dar um role pela cidade que é uma gracinha! Sério! Toda rústica e arrumadinha, chão de terra batida, casinhas fofas, tudo arrumadinho e limpinho sabe? Vou até roubar uma comparação que o Rodrigo fez no relato dele: A cidadezinha de San Pedro parece com Búzios, só que rústica.
Voltamos para o hostel admirando o céu estrelado de SPA e fomos nos preparar para o segundo dia no Atacama que prometia ser incrível!
SALDO DO DIA:
– 14.000 pesos – 2 Diárias Hostel Atacama Roots
– 7.000 pesos – Passeio Valle de la Luna + Valle de la Muerte
– 2.500 pesos – Entrada no Valle de la Luna
– 30.000 pesos – Passeio Piedras Rojas + Lagunas Altiplanicas
– 40.000 pesos – Passeio Salar de Tara
– 3.300 pesos – Almoço
– 5.600 pesos – Jantar
– 600 pesos – Água
* Trocamos 200,00 dólares = 134.000,00 pesos (cotação de 670 pesos por dólar)
TOTAL: 103.000 pesos
PRÓXIMO CAPÍTULO: (CAP.7) As Piedras Rojas, as Lagunas Altiplânicas e o Salar de Atacama
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Confira o Capítulo 5: