Pelo que você quer ser lembrado: suas histórias ou reclamações?
No meio de uma pandemia, onde viajar não é a minha prioridade, me peguei pensando como inspirar as pessoas de formas diferentes. E, entendi que é menos sobre aonde você vai e mais sobre aonde você quer chegar e o caminho que você trilha até lá. Afinal, pelo que você quer ser lembrado?
E, pra você entender como quer ser lembrado, primeiro você precisa entender quem é você quando não está tentando seguir o checklist da vida que te disseram pra viver, porque te fizeram acreditar que ela traria sucesso, felicidade e realização.
Falar sobre o processo de autoconhecimento é também falar sobre a consciência de deixar ir o que não é pra você, pra então abrir caminhos pro que de fato te faz feliz.
Quando falamos sobre autoconhecimento é sempre sobre do ponto de vista das descobertas maravilhosas sobre nós mesmos. Mas, existe um outro lado da moeda que é menos atraente, mas que eu diria ser o mais importante.
Buscar o autoconhecimento é ir mais fundo dentro de si pra não só entender o que te faz bem, mas também elucidar o que te faz mal. É olhar pras suas sombras e medos mais profundos e identificar o que o seu corpo está comunicando.
É refletir muito sobre os pensamentos, atitudes, situações e crenças que são gatilhos pras suas dores e doenças, sejam elas físicas, emocionais, psicológicas ou espirituais.
O autoconhecimento é o primeiro passo pra construção do seu legado. Se você não sabe quem você é, como pode querer que o mundo lembre de você?
A sociedade nos ensina que existe um “manual” a ser seguido pra ser considerado uma pessoa bem-sucedida. Mas, analisando a nossa geração, já deu pra ver que esse manual estava bem desatualizado.
É menos sobre seguir regras e checklists e mais sobre seguir o nosso coração e a liberdade de fazer as nossas próprias escolhas, criando a nossa própria definição de sucesso e as métricas que usaremos para medi-lo.
Essa sensação de liberdade absoluta dá medo, afinal a sociedade vive nos podando, nos julgando e nos dizendo o que é “certo e errado” e, a maioria de nós, em algum momento, se desconecta da nossa essência por estar sempre tentando se encaixar, pertencer e não decepcionar.
Mas, por experiência própria, esse jogo de querer sempre agradar e pertencer cansa – e muito. E de novo, o autoconhecimento se faz necessário no processo. Precisamos entender quando algo faz mais mal do que bem e quando sofrer passa a ser normal.
Não deixe que pessoas aleatórias acabem com seu brilho. Você veio aqui pra criar a sua história, pra deixar o seu legado… Então, mais uma vez eu te pergunto, pelo que você quer ser lembrado?
Pense sobre a sua história, sobre as coisas que você viveu e quer viver – esqueça o filtro das críticas alheias – apenas embale o seu pensamento no seu querer e trace sua jornada.
E se alguém tiver uma opinião diferente sobre o que você deveria fazer com a sua vida, apenas ignore. Afinal, o julgamento do outro é só isso mesmo: um ponto de vista do outro e isso não tem nada a ver com você!
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Pra te ajudar no processo de se encontrar, não busque as respostas fora e sim dentro de você mesmo. É estranho admitir que a gente sempre soube o que fazemos de melhor e com muita facilidade.
Sabe por quê? Porque na época que a gente tinha total noção do nosso potencial e de tudo que podíamos conquistar (sem filtros ou barreiras alheias), nós encarávamos isso como brincadeiras ou passatempos e, no final, tinha sempre alguém pra falar que aquilo que éramos muito bons não daria dinheiro, não traia realização e nem felicidade.
Talvez as brincadeiras não fossem O QUÊ e sim O COMO. Tente lembrar das coisas que você brincava quando criança que te davam prazer e que você sentia que era bom naquilo.
Talvez não fossem as brincadeiras, e sim os aprendizados e habilidades que você coletava quando estava brincando, e os sonhos que você acreditava ser possível quando ninguém te falava que seria impossível.
Talvez seja mais sobre a arte de acreditar em nós mesmos, coisas que fomos gradualmente perdendo à medida que fomos crescendo. Pergunte à uma criança o que ela quer ser e você verá inúmeras possibilidades. Pergunte a um adulto a mesma coisa e se decepcione com as alternativas.
Brincando de Barbie eu aprendi a contar histórias, jogando The Sims eu aprendi a controlar meu dinheiro, jogando queimado eu aprendi que os que parecem ser os mais fracos podem surpreender e virar o jogo, brincando de polícia e ladrão eu aprendi que mais vale pensar estrategicamente do que correr mais longe. ⠀⠀
Jogando futebol eu descobri que nem sempre somos bons onde gostaríamos de ser, mas podemos ser os melhores em outras áreas se expandirmos os nossos horizontes – sempre quis ser atacante e virei goleira.
Escrevendo nos meus diários eu aprendi a colocar os meus sentimentos pra fora e percebi que eu era muito boa com a escrita e dançando eu aprendi que a vergonha tá no medo de não agradar o outro e não no medo de falhar consigo mesmo.
Vivemos num mundo que promove a comparação e a competição em vez da igualdade e liberdade de escolha. Quando crianças, a gente só brincava pelo simples ato de brincar e, de quebra, aprendíamos novas habilidades e novas visões de mundo.
Por que não voltar a fazer as coisas pelo simples ato de fazer por paixão, e não pra provar que émelhor que alguém ou porquê tá todo mundo fazendo (e virou moda)? Quais eram as suas brincadeiras preferidas e o que você aprendeu com elas?
Quando a gente tem o impulso de querer fazer alguma coisa, geralmente essa vontade é real e vem do nosso espírito aventureiro, afinal quem realmente tem medo de algo não fala que irá fazer aquela coisa. Certo? Pergunte pra uma pessoa que tem medo de altura se ela pularia de paraquedas e espere sentado pela resposta…
Só as pessoas que realmente estão dispostas a fazer algo dizem que vão fazer e quando não fazem é porque se deixam levar por influências externas que acabam influenciando seus desejos ou porque começam a pensar demais e colocar muitos obstáculos em algo que num primeiro momento parecia fácil – e muitas vezes é.
Ouvir os outros constantemente e pensar demais são duas coisas que matam, aos poucos, o espírito de quem quer viver livre e intensamente.
É importante ter noção da onde vem seus medos e se esses medos são realmente seus ou se são medos de outras pessoas que acabam influenciando as suas decisões. ⠀
A vida é feita de momentos especiais que definem quem nós somos a partir das atitudes que tomamos em relação à forma como queremos viver e, por que não, a forma como queremos ser lembrados. ⠀
Às vezes, o que é sucesso e realização pra mim pode não ser a mesma coisa pra você. Precisamos entender que cada um constrói as suas métricas de sucesso baseando-se nas experiências de vida e no meio a sua volta.
Nos dias de hoje essa linha tem ficado cada vez mais tênue e desconfio que alguns já até tenham se perdido no meio do caminho porque acabam se deixando levar pelo fluxo, acabam não sabendo pra onde querem ir, pois, afinal, nunca pararam pra analisar essa questão interiormente, porque é mais fácil ir pra onde todo mundo tá indo, né?
Por isso, invista no seu processo de autoconhecimento, se questione quem é você sem as críticas e limitações alheias. Identifique quais são as suas habilidades naturais, aquelas que você é bom sem nem perceber (lembre-se da sua infância).
Saiba que você é livre pra fazer as suas escolhas e que serão elas que definirão a sua trajetória no mundo e as histórias que você vai contar e participar. E, é claro, descubra pelo que você quer ser lembrado, só assim você poderá traçar – com clareza e determinação – a jornada que precisa pra chegar até lá!
Espero que esse post tenha sido útil e se você conhece alguma pessoa que precisa ler isso, compartilha o link com ela! E lembre-se de sempre se perguntar pelo que você quer ser lembrado.
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Beijos
Mary⠀