Cruzando a fronteira do Peru saindo do Atacama [Cap.9]
Confira aqui como foi a jornada para cruzar a fronteira do Peru: pegamos um ônibus às 21:30 no Atacama e chegamos em Arequipa no Peru por volta das 16:15.BOLÍVIA – CHILE – PERU EM 23 DIAS (ABRIL/2016) POR $ 1.300,00 DÓLARES NA VIAGEM [T-U-D-O MESMO = $1.900,00 dólares]
CAP.9: Cruzando a fronteira do Peru pra chegar em Arequipa
08/4/2016
OBS: Como esse post é um post de transição/locomoção, infelizmente, terá pouquíssimas fotos.
Pegamos o ônibus em San Pedro de Atacama às 21:30 e rapidinho apagamos de tão cansados que estávamos. A viagem foi bem tranquila sem qualquer tipo de problema. Chegamos em Arica por volta das 8:30 da manhã e já fomos nos direcionando para o terminal de táxis internacionais.
OBS: Para atravessar a fronteira de Arica pra Tacna (chegada ao Peru – imigração) você tem duas opções:
1. ÔNIBUS: 2.000 pesos por pessoa
2. TÁXI DE DENTRO DA ESTAÇÃO (tem uma rodoviária pequena do lado da rodoviária que você desce): 4.000 pesos por pessoa para 5 passageiros (os taxistas, às vezes, esperam encher os 5 passageiros).
Em ambas as opções é preciso pagar uma taxa de embarque de 350,00 pesos por pessoa.
Optamos pelo táxi por ser mais rápido. Imagina você entrar num ônibus com 40 pessoas e esperar todas passarem pela imigração. Haja paciência, né? Apesar de mais barato, ir de ônibus seria uma economia burra, então, fomos direto para o terminal de táxis internacionais sem nem titubear.
OBS.2: Assim que você sair da rodoviária que você chega, atravessando a rua, você verá vários táxis parados e alguns até com plaquinhas de internacional. NÃO pegue nenhum desses táxis, opte por pegar os táxis de dentro do terminal que são autorizados.
Saia da rodoviária que você chegou, atravesse a rua e ande mais um ou dois minutinhos e você verá um terminal pequeno, cheio de lojinhas e táxis. Entre nesse terminal e se dirija a um dos táxis. Geralmente é legal você ir em grupo, por segurança e comodidade. Segundo relatos, alguns taxistas esperam o carro encher com 5 pessoas (às vezes, pessoas aleatórias), nós fomos só nós quatro mesmo!
Chegamos no terminal de táxis internacionais e ficamos meio perdidos sem saber se deveríamos ir em alguma lojinha ou direto no taxista. Acabou que um taxista veio até a gente perguntando se era pra ir pra Tacna e dissemos que sim.
Ele cobrou 4.000 pesos pra cada (1.000 pesos a mais que o valor que o Rodrigo tinha pagado há 1 ano atrás, mas tudo bem, pensamos que poderia ser a inflação ou que era porque estávamos indo só quatro, talvez se fossem cinco seriam 3.000 pesos… ah sei lá! To especulando hipóteses pra colocar a culpa em alguma coisa e não parecer que fomos enrolados hahahahaha).
Enfim, concordamos com o valor de 4.000 pesos e fomos logo colocando os mochilões na mala do carro. Entramos crente crente que já íamos sair e o taxista pediu os passaportes. Nessaaaa hora geral se olhou como quem pergunta: Damos o passaporte ou não? Aí demos o passaporte meio querendo não largar, sabe? E o cara pediu os 350 pesos da taxa de embarque e saiu do carro. Ficamos apreensivos por 5 ou 10 minutos até ele chegar de volta.
Ele pega os passaporte pra fazer nosso formulário da imigração, que é todo bonitinho com informações digitadas e tudo. Aí nos entregou os papéis da taxa de embarque e partimos!
Depois de alguns poucos minutos (uns 20 ou 30 minutinhos) chegamos à fronteira do Chile. O taxista parou e pediu pra gente trazer nossos documentos e disse que não precisávamos tirar os mochilões da mala.
Seguimos ele e foi tudo muitoooo tranquilo mesmo. Ele ficou na fila com a gente, cada um passou seu passaporte e o formulário de imigração do Chile (aquele que você ganha quando entra no país, sabe?) e depois o taxista pediu pra gente esperar ele atrás da cabine de imigração.
Ele se dirigiu à outra cabine e mostrou os documentos do carro e a carteira de motorista dele e foi lá buscar o táxi. Os policiais abriram a mala do carro deram uma olhadinha que nem a cara deles e deixaram o táxi passar. A gente entrou e seguiu viagem até Tacna (fronteira do Peru).
Depois de mais ou menos uns 40 minutos chegamos em Tacna (o trajeto total de Arica à Tacna dura em média 1 hora). Chegando em Tacna já ajuste seu relógio para duas horas a menos que o Chile.
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De cara já vimos aquele monumento famoso com a logo do Peru e deu uma felicidade. Já era nosso terceiro país em 8 dias! O taxista parou e pediu pra gente pegar tudo: mochilas de ataque, documentos e mochilões porque passaríamos pela fiscalização do Peru.
Chegamos direto e já fomos pro guichê passar nossos passaportes e o mocinho da imigração fez umas perguntas sobre nossos sobrenomes (pra eles é engraçado a gente ter mais de dois sobrenomes aí eles perguntam qual é o do pai e qual é o da mãe) e sobre quantos dias ficaríamos no Peru. Tudo carimbado, passamos os mochilões pelo raio-x e ficamos lá fora esperando o taxista.
Ele demorou uns 10 minutos porque teve que passar os documentos dele de novo pela fiscalização e dessa fez a revista dentro do carro foi mais intensa. Entramos no carro e dali da imigração até a rodoviária de Tacna foram mais uns 20 ou 30 minutos. Chegando lá na rodoviária pagamos o taxista e ele nos informou onde era o terminal de ônibus que ia pra Arequipa.
“Chegando em Tacna já ajuste seu relógio para duas horas a menos que o Chile.”
Entramos dentro do terminal que ele nos deixou e vimos várias mesinhas de câmbio estilo bolsa de valores, sabe? Massss, bem pobrinha! Hahahahaha Aí fomos de mesa em mesa ver quanto tava a cotação e por incrível que pareça eles aplicam cotações diferentes. Então, dê uma pesquisada antes de sair trocando seu dinheiro!
Como não tínhamos soles algum, decidimos trocar o mínimo possível só pra comprar nossas passagens pra Arequipa e pagar o táxi até nosso hostel. Então, trocamos todos os pesos que ainda tínhamos (2.300 pesos) e mais 10,00 dólares o que nos deu um total de 42,50 soles (cotação de 3,33 soles por dólar).
Seguimos andando e atravessamos uma rua para ir pra rodoviária do lado, que era da onde saiam os ônibus para Arequipa. Fizemos uma pesquisa mega rápida de valores e horários e decidimos ir pela Moquegua que era a que tinha o horário mais próximo e um valor não tão caro. Pagamos 25,00 soles e saímos às 9:15 com previsão de chegada em Arequipa às 15:30.
Esperamos uns 20 minutinhos só e nesse meio tempo arrumamos nossas mochilas de ataque e pagamos a taxa de embarque de 2,00 soles. Antes de entrar eles filmaram nosso rosto para em casos de acidentes em que precisem reconhecer os passageiros! EEEEE lêlê! A gente sentou lá trás nos últimos bancos do segundo andar. O ônibus tinha um cheiro mega estranho, mas a gente ignorou, pegou nosso travesseirinho de dormir e metemos bronca no ronco!
Do nada o ônibus para e manda geral descer! PQP! Desce todo mundo, tira todas as malas. Hora de passar por mais uma fiscalização, essa era completamente aleatória porque a mulher nem abriu as malas. Que ódioooo! Todos ficaram esperando o ônibus ser revistado e depois colocamos todas as malas pra dentro, sobe de novo, pega o travesseirinho e dorme de novo!
A viagem foi bem chatinha, cheia de curvas e parecia nunca terminar, deu 14:00, deu 14:30, deu 15:30, deu 15:45 e nada da gente chegar. Já tinha passado do horário de previsão da chegada e a gente ainda rodando. Sabe aquela empanada que compramos pra viagem lá em San Pedro de Atacama há 1 dia atrás? Então, chegou a hora da gente matar a fome! Foi bem nojento, mas deu pra forrar o estômago. Hahahahaha
Uhullll! Finalmente chegamos em Arequipa! Já eram 16:15 quando descemos do ônibus com a cabeça girando de tantas curvas que tinham no caminho. Esperamos uns 15 minutos pelos mochilões e enquanto isso a Elisa ficava na fila da Cruz Del Sur pra ver quanto era a passagem pra Ica pra daqui a dois dias.
Pegamos os mochilões e a Elisa ainda era a quarta da fila que não andava nunca e adivinha o que aconteceu? O sistema parou! Aí mermão! Decidimos ver essa passagem lá do centro da cidade mesmo e descobrimos que além de uma loja da Cruz Del Sur no centro da cidade ainda tem outras lojas filiadas que vendem as passagens pelos mesmos valores sem qualquer taxa extra.
Bom, a gente tava meio tonto ainda da viagem de ônibus e decidimos pegar o táxi dentro da rodoviária mesmo pra ir direto pro hostel. O taxista nos cobrou 8,00 soles então rachando o valor pra quatro pessoas deu 2,00 soles pra cada um. Entramos no táxi e relaxamos até a gente ver que o trânsito é completamente caótico.
Caraaaaa! Que medo de morrer! Brotava carro de tudo quanto era buraco e eu já tava vendo a hora que ia vir um carro voando em cima da gente. Ninguém respeitava o sinal, geral buzinando… uma loucura.
Enfim, chegamos numa parte um pouco mais civilizada e o taxista disse que os carros só podiam ir até ali, que dali pra frente (Plaza de Armas) teríamos que ir andando. Achamos que era conversinha dele, mas pagamos e seguimos andando com os mochilões nas costas.
Como não tínhamos muito dinheiro, decidimos ir fazendo uma pesquisa de preços sobre o passeio de um dia no Cañon del Colca pra ver os famosos condores e fomos perguntando também o horários que as agências fechavam, a maioria fecha entre 19:00 e 20:00.
Os preços variavam bem pouquinho entre 40,00 a 55,00 soles por empresa e todas ofereciam basicamente as mesmas coisas (transporte + guia + café da manhã), o almoço e os passeios são a parte. Ah! Conferimos também o horário de retorno do passeio pra gente poder comprar a passagem pra Ica (esse passeio retorna em torno das 17h/17:30).
Enfim, seguimos andando em direção ao nosso hostel e já no caminho pudemos ver a beleza da Plaza de Armas de Arequipa. Sem dúvida alguma essa foi a Plaza mais bonita que vimos durante toda viagem.
Andamos mais uns 10 minutinhos e chegamos no Hostel Wild Rover (se você quer badalação e festas fique nesse hostel). A nossa diária foi 23,00 soles num quarto com 16 pessoas eu acho, mas no final só tinha a gente dormindo porque o resto tava tudo se acabando de beber e dançar lá embaixo.
Como a gente não tinha dinheiro pra nada, perguntamos pro moço da recepção se ele podia segurar nossa vaga, porque precisávamos trocar mais dinheiro e ele disse que sim, que tínhamos que pagar até às 21:00.
E, nesse momento adivinhem quem a gente encontrou voltando de um passeio?!? Arthur e Vitor! Caraaaa pensa na felicidade! Geral se abraçando e perguntando um monte de coisa junto. Enfim, eles tavam voltando do rafting e só iam trocar de roupa pra partir pra Cusco, o ônibus deles era às 20:00.
Enquanto eles trocavam de roupa, eu e Elisa fomos dentro do bar do Hostel fazer uma pesquisa de opinião se valia ou não a pena fazer apenas um dia de Cañon de Colca. A maioria disse que era melhor fazer logo o trekking de dois dias, mas explicamos que não tínhamos dois dias em Arequipa e nem condições físicas (você desce 15km no primeiro dia e sobe 4km de forma absurdamente íngreme no segundo.
Tudo isso na altitude, meu bem! Foi o que me disseram – não fui lá conferir, então confirme essa informação! rs) pra isso. Aí algumas pessoas falaram pra fazer o rafting porque era bem legal e outras disseram que vir até Arequipa e não conhecer o Cañon mais famoso da cidade era idiotice. Aí decidimos fazer um dia de Colca mesmo. Apesar do passeio ser mais dentro do que fora da van, até que valeu a pena.
Os meninos voltaram prontos e fomos todos juntos trocar dinheiro e deu pra matar um pouquinho da saudade, mas ficamos tristes de novo em ter que dizer adeus. Trocamos 400,00 dólares a uma cotação de 3,36 o que nos deu uma bolada de 1.344,00 soles.
Aí pra nossa sorte, a empresa que fazia o câmbio também vendia as passagens da Cruz Del Sur e pagamos 115,00 soles num ônibus de leito top que tinha até wi-fi em certos trechos e nosso horário de saída seria às 19:00.
Nos despedimos dos nossos amigos com a certeza de que nos veríamos mais uma vez em Cusco. Depois seguimos direto para a agência de passeio chamada Pacha Travel e fechamos um dia no Cañon de Colca por 45,00 soles (achamos a empresa mais séria, mas nossa guia era um saco, ficava chamando a gente de ‘Pumas’ e tratando a gente como crianças do maternal, mas acho que essa coisa de guia é sorte mesmo). Mas, a empresa era séria sim, só a guia que vacilou!
Reservamos nosso passeio do dia seguinte (a van passaria pra nos pegar por volta das 3h/3:30 da madrugada no nosso hostel) e já era mais do que hora de comer alguma coisa, né?
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Achamos um restaurante de massas bem gostosinho e pedimos um pratão de macarronada (cada um escolheu seu sabor) e metemos pra dentro em menos de 10 minutos. Caraaa o prato veio muito bem servido e nem conseguimos comer tudo – deu pra matar legal a fome. Pagamos 8,00 soles e como ninguém é de ferro, fomos direto pro Mc Donald’s comprar uma casquinha de sobremesa (2,00 soles).
Ah! Arequipa foi a única cidade que tinha várias lojinhas e restaurantes famosos como Starbuck, Mc Donald’s entre outros. Eu fui logo comprar meus postais e paguei 3,00 soles e aí decidimos comprar mais uma água e biscoitos pro dia seguinte (eu e Elisa dividimos e deu 5,35 soles pra cada).
Voltamos pro hostel, pagamos nossa diária de 23,00 soles e subimos pro quarto, pegamos nossas roupas sujas e colocamos na lavanderia do lado do hostel (cada 1kg era 2,00 soles). Cada um pagou um valor porque dependia do peso, eu paguei 5,00 soles e combinamos com a moça de voltar no dia seguinte depois do passeio do Cañon de Colca pra pegar as roupas limpinhas.
Tudo certo pro dia seguinte e já tava mais do que na hora de tomar banho e arrumar os mochilões e as mochilas de ataque pro dia seguinte, já que a van passaria super cedo pra nos pegar no hostel. Deixamos tudo em ponto de bala e fomos dormir porque já eram 22:00 e iríamos levantar em 4 horas.
No começo foi um pouco difícil porque entrava e saia muita gente do quarto e a música da festa lá debaixo tava bem alta, mas depois o sono veio vindo e o meu tapa olho e o meu tapa ouvido nunca me deixaram na mão, então, depois que coloquei meus acessórios, dormi que nem uma princesa. Zzzzzzzzz….
No próximo capítulo eu conto como foi um dia no Cañon del Colca pra ver o famoso voo dos condores e a nossa despedida de Arequipa.
SALDO DO DIA:
– 4.000 pesos – Táxi Arica X Tacna
– 350,00 pesos – Taxa de embarque
– 25,00 soles – Ônibus Moquegua | Tacna X Arequipa
– 2,00 soles – Taxa de embarque
– 2,00 soles – Táxi da rodoviária até a Plaza de Armas de Arequipa
– 115,00 soles – Ônibus Cruz Del Sur | Arequipa X Ica
– 45,00 soles – Passeio de um dia no Cañon del Colca
– 3,00 soles – Postais
– 8,00 soles – Jantar
– 2,00 soles – Casquinha do Mc Donalds
– 5,35 soles – Água e biscoitos
– 23,00 soles – 1 Diária no Hostel Wild Rover
– 5,00 soles – Lavanderia
* Trocamos 10,00 dólares = 33,3 soles (cotação de 3,33 soles por dólar)
* Trocamos 2.300 pesos = 9,20 soles (cotação de 250,00 pesos por nuevo sol)
* Trocamos 400,00 dólares = 1.344,00 soles (cotação de 3,36 soles por dólar)
TOTAL: 4.350 pesos + 235,35 soles
PRÓXIMO CAPÍTULO: (CAP.10) Um dia no Cañon del Colca pra ver o famoso voo dos condores
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Confira o Capítulo 8: