Salar de Uyuni: Geisers e Águas Termales [Cap. 5]
O último dia do Salar de Uyuni Bolívia tem paisagens incríveis: Geisers, águas termais e várias lagunas. Confira como é a travessia do Uyuni pro Atacama.BOLÍVIA – CHILE – PERU EM 23 DIAS (ABRIL/2016) POR $ 1.300,00 DÓLARES NA VIAGEM [T-U-D-O MESMO = $1.900,00 dólares]
Cap.5: Salar de Uyuni Bolívia – Geisers, Águas Termales e a fronteira da Bolívia pro Chile
05/4/2016
3º E ÚLTIMO DIA NO SALAR DE UYUNI
A noite mais infinita de todas acabou (parecia que o tempo que dormimos foi multiplicado por 5 e olha que teoricamente dormimos pouco, né?) e acordamos às 4:00 da madrugada para começarmos a nos arrumar (aquele banho de gato lindo com o paninho umedecido), já com nossas lanternas dos celulares prontas, já que segundo boatos não teria luz pela manhã e SURPRESAAAA: Tinha luz sim! Uhulll! Show de bola!
Arrumamos as últimas coisas na mochila de ataque e colocamos tudo que seria utilizado para aquele último dia no Uyuni e uma roupa extra fresquinha pro Atacama, já que chegaríamos lá no início da tarde e lemos relatos de que lá era bem mais quente (e realmente é!
Você sai de -8ºC no Uyuni para 30ºC em San Pedro em questões de horas). Mochilões prontos e mochilas de ataque também, nós deixamos tudo separadinho e fomos tomar café da manhã (regadoooo).
Elisa já se sentia bem melhor, eu acordei com pescoço duro de tão alto que era o travesseiro e isso me deu uma leve dor de cabeça pela manhã que já resolvi logo com um Paracetamol na goela (sou dessas hipocondríacas que sente uma dorzinha e já toma remédio – me julguem!), mas Arthur ainda se sentia muito indisposto e a banana assada do dia anterior ainda tava tendo seus efeitos colaterais.
Como nosso coquetel de remédios não fez efeito, decidimos recorrer à ajuda alheia e eu fui lá no quarto do outro grupo pedir um Imosec emprestado (emprestado porra nenhuma, né? DADO, porque obviamente não devolveríamos o Imosec em nenhum momento da viagem e olha que nos encontramos várias vezes rsrsrs).
Fomos tomar nosso lindo desayuno que tinha panquecas, yougurt, cereal, chás, pão, manteiga, geleia. Caraaa! Quase um café da manhã de hotel 5 estrelas, né? Uma dica: Tome o chá de folha de coca puro pela manhã, porque esse chá é bom pra qualquer dor ou indisposição.
E alimente-se bem, mas moderadamente, porque se em uma mão você só terá essa refeição até chegar no Atacama, na outra mão você tem a questão da altitude e se você tiver mega empanturrado de comida pode passar mal.
A gente deu uma de pobre e catou todas as panquecas que sobraram, colocamos num saquinho e levamos com a gente (just in case rs). Óbvio que tínhamos muitos biscoitos com a gente ainda e dava pra ir dando umas enganadas no estômago até chegar ao Chile.
Café da manhã tomado, panquecas guardadas, chegou a hora de partir pros Geisers. Eram 4:30 da madrugada quando colocamos nossos mochilões no alto do 4X4 e fomos felizes e congelados para a primeira atração do dia que ficava a quase 5.000 metros de altitude (precisamos sair cedão assim, porque o vapor dos Geisers fica mais forte e bonito quando o sol está nascendo).
Tava bem frio mesmo (-8ºC). As janelas tavam meio que congeladinhas também e Emílio disse que seriam 45 minutos até a primeira parada. Decidimos, então, brincar de adedanha/adedonha (nunca sei qual o certo) e depois de “qual é a música” e por aí fomos matando o tempo até chegarmos aos Geisers.
Paramos primeiro em um Geiser artificial onde o vapor era canalizado. Foi legal pra tirar umas fotinhos e brincar, mas depois seguimos pros Geisers naturais. O frio já era BEM real e a gente tava muito incomodado com as extremidades (mãos e pés) que pareciam que tinham gangrenado, mas ainda deu pra curtir um nascer do sol surreal de lindo e visuais irados, tirar umas fotos com aquele vapor doido dos Geisers e exalar um cheiro maravilhoso de enxofre (#sqn).
Importante: Cuidado com o vapor dos Geisers, porque é bem quente e você pode se queimar e estragar sua viagem e a dos amiguinhos que vão ter que te ouvir reclamando e choramingando o resto da viagem! Melhor tirar fotos mais conscientes do que fazer uma doideira e colocar em risco o resto da viagem!
Ficamos por lá uns 20 minutinhos e partimos pra #segundaparada: Águas Termales. Foram mais 20 minutos dentro do carro e nego com mimimi de tirar a roupa naquele frio (essa é pra você Vagner rs). Na medida em que o sol ia subindo ia ficando mais quentinho, nada como o verão do Rio, mas né?
Convenci geral a entrar porque quando na vida voltaríamos lá? Então, FAÇA TUDO QUE TIVER VOLTADE DE FAZER E O QUE NÃO TIVER TAMBÉM (nesse caso, quando o que você não quer fazer é um capricho e não por medo), porque depois bate um arrependimento e aí já era! Melhor se arrepender do que fez do que se arrepender do que deixou de fazer!
E, cara, FOI MUITO FODA! Sério! Valeu muitoooo a pena. Foi maravilhoso estar congelando e entrar numa piscina natural quentinha. Foi super relaxante! VOCÊ PRECISA ENTRAR! Nem pense em ficar de mimimi hein! Frio passa, mas a experiência que você terá vai ficar pra sempre na tua memória (que poético, né?).
Chegamos nas Águas Termales e o sol já tava colaborando, tiramos tudo que íamos precisar da mochila de ataque e colocamos num saco plástico de supermercado, porque lá não tem locker. Deixamos a doleira dentro de uma pasta no fundo da mochila e deixamos a mochila dentro do carro.
Deu um medo fudido de deixar a mochila lá com TODO dinheiro da viagem, mas ficávamos olhando pro carro direto. No final, poderíamos ter descido com a mochila e ter deixado ela pertinho da gente, se bem que na piscina tinha muita gente e não curto deixar uma mochila cheia de grana em lugares muito movimentados.
Pegamos nossos saquinhos de supermercado com nossas toalhas e chinelos e fomos lá pagar a entrada nas Águas Termales (6,00 bolivianos). Descemos direto e já começamos a nos despir.
Eu e Vagner fomos os primeiros – Vagner porque tava congelando e eu porque tava super animada. Pra confessar uma coisa, não achei tão frio nessa hora não. Tirei minha roupa na boa (deve ter rolado um farol aceso com certeza, mas não significa que eu tava passando mega frio não) e fui pra piscina com calma e PUTAAAAA que água maravilhosa (40ºC)!
Elisa, Patrícia e Vitor desceram logo em seguida e o Arthur, coitado, tinha ido lá dar um oi pro banheiro e entrou depois. Ficamos uns 30 minutinhos lá cozinhando, tirando fotos e Vitor metendo a cara naquela água ‘fervendo’ (não acho que foi uma boa ideia rsrsrs).
Importante: MUITO CUIDADO na hora de entrar na piscina natural, porque tem muito lodo nas pedras e você pode escorregar feio e até se machucar. Vimos umas duas ou três pessoas escorregando e não foi legal!
Coisa importante 2: NÃO FIQUE COM VERGONHA (isso vai diretamente pras pessoas que tem mimimi com o corpo). Você tá na sua viagem, pagando com o seu dinheiro, então, divirta-se do jeito que VOCÊ QUISER.
Ninguém tem nada a ver com teu corpo, com tuas curvas, com tuas gordurinhas, com tuas cicatrizes. Ninguém paga tuas contas! Então, tu não deve satisfação a ninguém. Não deixe de se divertir e curtir essas coisas iradas por vergonha do que as outras pessoas vão achar. CAGA NA CABEÇA DELAS!
Depois de 30 minutos, decidimos sair (não foi nem um pouco tenso sair, foi de boa) e começar a nos arrumar, até porque só tem dois banheiros (feminino e masculino) e cada banheiro tem três ou quatro trocadores (esquece banhozinho de sabonete e lavar o cabelo com condicionador).
Nos dividimos em duplas, porque precisávamos que tivesse sempre alguém olhando as coisas e mantendo olho no carro também (afinal as doleiras estavam lá).
Todos arrumados (nessa parte já fomos tirando algumas camadas, porque já tava mais quente e não fazia sentido manter a segunda pele, por exemplo), chegou a hora de partir pra #terceiraparada: Deserto Salvador Dalí (dizem que Dalí se inspirou nesse deserto para compor seus quadros).
O lugar não é nada mega exuberante (até porque quem já tinha visto as lagunas e o Salar não se impressionava com muita coisa normalzinha, né?) e a gente conseguia ver uma puta tempestade vindo no horizonte e isso tava deixando a gente meio nervoso. Paramos pra umas fotos rápidas e seguimos viagem para a #quartaparada e última na Bolívia: as Lagunas Blanca e Verde e o lindo vulcão Licancabur.
Paramos uns 10 ou 15 minutinhos para fotos lá nas Lagunas Blanca e Verde com vista para o Lincancabur (tudo junto no mesmo lugar) e já seguimos viagem para a fronteira. Saindo da Reserva tivemos que entregar nossos bilhetes de entrada (aqueles que pagamos Bs.150,00 lembra? Que não podia perder de jeito nenhum… Então!) e depois de uns 20 minutos no carro chegamos na fronteira da Bolívia com Chile.
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O Emílio tirou nossos mochilões e deixou eles juntinhos perto de um ônibus e disse pra gente ir lá na imigração carimbar o passaporte. Nós deixamos os mochilões (crentes que Emílio ia ficar olhando enquanto íamos lá) e levamos as mochilas de ataque e ficamos na fila que tava completamente desorganizada (ódio disso) e ficamos lá uns 15/20 minutos esperando, porque a galera que tava vindo do Chile tava na mesma fila que a galera que tava indo pro Chile… Tava uma bagunça só!
Eis que quase na nossa hora de entrar na casinha da imigração saí um mochileiro dizendo que os caras da polícia tavam querendo passar a perna na gente e cobrar uma taxa aleatória de 15,00 bolivianos sem explicar o motivo. O menino disse que bateu o pé e não pagou, que ele falou com o guia dele e o guia disse que não tinha que pagar coisa nenhuma! Hahahaha
Ahhhh! Ninguém vai me roubar 15,00 bolivianos não!!!! Eu e Vitor éramos os próximos e os caras começaram a pedir os tais Bs.15. Nós dissemos que não íamos pagar porque nosso guia disse que não tínhamos que pagar (disse porra nenhuma, mas usamos o mesmo argumento que o menino, né?), e o cara perguntou quem era nosso guia (olhaaa a gente fudendo a vida do Emílio, coitado), qual era nossa companhia e a gente ia rebatendo tudo que ele perguntava na hora.
Batemos o pé que não íamos pagar de jeito nenhum e aí mostramos os tickets que pagamos na Esmeralda tour e o papelzinho da imigração que ganhamos no aeroporto no primeiro dia quando chegamos na Bolívia.
O cara mandou chamar o Emílio (putzzzzzz fudeu). Elisa foi lá correndo chamar ele e eis que temos duas surpresas: Emílio já tinha picado a mula dele há muito tempo e nossas coisas tavam completamente abandonadas ao léu.
Quando Elisa voltou ofegante, a gente já tinha resolvido lá com os caras, deixamos só o papel da imigração do aeroporto, eles carimbaram nossos passaportes e saímos. ÓBVIO que passamos a informação pra geral que tava atrás e todos começaram a fazer um motim! Hahahahah Ninguém pagou merda nenhuma e naquele dia o caixa dois deles foi baixo! Brasileiro quando quer fazer motim faz que é uma beleza, né?
Importante: Não paguem essa taxa aleatória de Bs.15, porque ela é extra oficial.
Voltamos lá pro lugar que nossos mochilões estavam e começamos a procurar qual seria nosso ônibus/van pra irmos pro Atacama (ficam vários ônibus/vans parados por lá e você tem que ir perguntando mesmo, ninguém vai segurar tua mão e dizer: é por aqui amigo!). Achamos e colocamos os mochilões lá dentro e esperamos o resto do pessoal voltar da imigração também, pra seguirmos viagem!
O tempo tava bem estranho, muito vento e um friozinho escroto, mas nada que fizesse a gente desanimar, apesar de nos deixar preocupados com uma eminente tempestade que tava se formando. MASSSSS, como Deus ajuda bêbados, crianças e COM TODA CERTEZA mochileiros, o tempo virou e abriu mó solzão lindoooo! \o/
Cruzamos a fronteira e já vimos uma diferença brutal: Tudo bonitinho, sinalizado, asfaltado e bem cuidado. Vitor até deu uma ideia pro Governo Chileno (se tiver alguém do Chile lendo isso, vale a dica hein! Rsrsrs) colocar wifi liberado assim que você cruza a fronteira pra dar um “boas vindas” caloroso aos mochileiros! hahahahahahaha
Depois de três dias incríveis no Uyuni, chegou a hora de conhecer o majestoso deserto do Atacama. Uhulllll!
SALDO DO DIA:
– Bs.6,00 – Águas Termales
TOTAL: Bs.6,00
PRÓXIMO CAPÍTULO: (CAP.6) Chegada à belíssima cidade de San Pedro de Atacama + Valle de la Luna e Valle de la Muerte
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Confira o Capítulo 4: