Salar de Uyuni: Laguna Colorada e Deserto de Sioli [Cap. 4]
Confira como é o segundo dia do tour do Salar de Uyuni: Lagunas Altiplânicas, Deserto de Sioli, vista para o vulcão e Laguna Colorada.BOLÍVIA – CHILE – PERU EM 23 DIAS (ABRIL/2016) POR $ 1.300,00 DÓLARES NA VIAGEM [T-U-D-O MESMO = $1.900,00 dólares]
Cap.4: Tour Salar de Uyuni – Lagunas Altiplânicas, Deserto do Sioli e Laguna Colorada
04/4/2016
2º DIA NO SALAR DE UYUNI
Acordamos às 6:00 da manhã (alguns de nós acordaram às 6:30 rsrsrsrs) pra arrumar os mochilões e as mochilas de ataque e, é claro, nos arrumar pra mais um dia incrível no Uyuni. Nosso café da manhã seria servido às 7:00 e a nossa saída do hotel de sal estava prevista para às 8:00.
Fizemos tudo com calma, deu tempo de tirar mais fotos e dar uma lambidinha na parede do hotel só pra conferir se era de sal mesmo (hahahaha nojento, mas na viagem vale tudo. Sim! Era sal de verdade. rs).
O segundo dia prometia, porque iríamos ver paisagens sensacionais, flamingos, desertos, vulcões e muitas lagunas MARAVILHOSAS! Tomamos nosso desayuno: pão redondo duro, manteiga, geleia, chá e café (esse cardápio é super típico, mas de vez em quando rola uns ovinhos mexidos show de bola).
Colocamos os mochilões no alto do 4X4 de novo e seguimos viagem só com as mochilas de ataque e os galões de água acessíveis ao longo do caminho. As pessoas que não tinham pago o banho durante à noite, pagaram antes da gente sair e partimos!
Eu que tava com a cara dividida em três cores diferentes por causa do sol do primeiro dia e da minha imbecilidade na hora de passar protetor solar e protetor labial, senti o peso do arrependimento logo pela manhã, quando minha boca parecia que ia estourar de tão inchada que tava e quando vi que minhas fotos ficariam ridículas por causa do arco-íris na minha cara (é muita idiotice pra uma pessoa só).
Sei que geral me olhava com cara: Nossa! Coitada dessa menina! E eu assentia com a cabeça do tipo: Eu já sei que to ridícula, pode parar de olhar! Rs
Às 8:05 saímos do hotel e a #primeiraparada foi numa pequena mercearia pra comprar folhas de coca, porque nesse dia nós chegaríamos a 4.278 metros de altitude na Laguna Colorada.
Pagamos 8,00 bolivianos num pacotinho grandinho que nos acompanharia até La Paz (rendeu que foi uma beleza! Rsrsrsrs). Passamos muita adrenalina com essas folhas de coca durante a viagem, mas isso eu conto nos próximos capítulos!
OBSERVAÇÃO: A folha de coca você mastiga, mastiga, mastiga, MAS NÃO ENGOLE! Ela é boa pra várias dores e males do corpo. Bom mesmo pra passar o mal estar é você fazer chá de folha de coca, esperar 5 minutos e tomar puro, sem açúcar, sem nadica!
Folhas de coca compradas e partiu #segundaparada do dia: Vista para o Volcán Ollague (algumas pessoas falam que é o Volcán Irruputuncu, mas acho que é o Ollague mesmo. Tô na dúvida porque não consigo lembrar ao certo, foi mal aí!).
O que importa é que essa parada foi sensacional, porque tinha um trilho de trem que ligava (do verbo não sei se ainda tá ativo, acho que não) a Bolívia ao Chile. Tiramos fotos lindas com o vulcão de fundo e, é claro, fizemos mensagens com as pedras que tinham por lá! Mensagem pro namorado que não foi não podia faltar, né?!
Seguimos pra #terceiraparada num mirante pra ver o vulcão mais de “pertinho” (o adjetivo no diminutivo retrata que ele estava longe pra caralh*, mas tava um pouco mais perto que antes rsrsrsrs). Nessa parada, nos cansamos após dar 5 passos, então nos ligamos que era preciso ir com muita calma mesmo, porque a altitude já tava começando a incomodar.
Tiramos várias fotos e seguimos viagem para a #quartaparada: Lagunas Altiplânicas! São diversas lagunas que fazem parte do conjunto altiplânico, que são os lugares preferidos dos flamingos! O cenário de cada uma delas é indescritível!
Paisagens deslumbrantes e completamente diferentes de tudo que eu já vi em mais de 23 países de mochilão. Sério mesmo! Já vi muito lugar lindo, mas essa viagem superou MUITO minhas expectativas.
Seguimos nessa ordem (até então, o relato do Rodrigo tava sendo seguido à risca): Laguna Cañapa, depois Laguna Hedionda que exala um cheiro forte de enxofre (parada pro almoço delícia rs) e Laguna Honda/Ramadita.
Nosso almoço foi bonzinho: macarrão, franguinho alaranjado (devia ser algum tempero), salada, batatinha assada, banana assada e maçã de sobremesa. Ah! Tinha coca-cola quente de novo! Arthur foi o único que se arriscou a comer a banana (o desenrolo dessa banana, vem logo a seguir rs).
Antes de seguirmos viagem, fomos ao banheiro (5,00 bolivianos), porque durante o percurso você, geralmente, não tem muitos locais pra fazer suas necessidades. Fomos num banheiro ecológico (buracos separados pro coco e pro xixi e você mesmo enterra seu coco com uma areiazinha que tem do lado…. moderno, né? rs).
Já estávamos há 2 dias sem qualquer contato com nossas famílias, foi quando Vagner viu uma plaquinha de wi-fi. Caraaaaa o coração bateu mais forte, a mão começou a tremer e aquele sorrisinho já começava a brotar no rosto, quando fui perguntar quanto era o wi-fi e o cara disse: 30,00 bolivianos para usar 30 min.
WTF!!! 30,00 bolivianos por um wi-fi que a gente nem sabia se ia conectar direito? Ahhh! Deixa pra falar com a família depois, né? Notícia ruim chega rápido e se não tinha chegado nada pra eles ainda era porque a gente tava bem! Rsrsrsrs
Terminamos o almoço e partimos pra #quintaparada a Laguna Honda, que fica a uns 20 minutos de distância da onde almoçamos (paramos rapidinho pra algumas fotos e seguimos). Essas paradas nas Lagunas são super rapidinhas, você fica uns 20/30 minutinhos tirando foto e explorando o lugar e já parte pra próxima laguna.
Seguimos para a #sextaparada o Deserto de Sioli. É um dos desertos mais áridos do mundo, conhecido por suas curiosas formações rochosas resultantes dos processos de erosão. Dentre essas formações, a mais famosa é a Árbol de Pierda.
No caminho até o Sioli, paramos rapidamente para umas fotos em cima do 4X4, porque né? Somos desses: cada parada um flash! Rsrsrsrsrs Arthur começou a sentir, literalmente, as dores do arrependimento de ter comido a banana assada do almoço que desencadeou uma dor de barriga fuderosa que derrubou ele. Já Elisa, só vinha piorando, muito enjoo, ânsia de vômito e taquicardia.
Todo mundo já tava meio mal a essa altura do campeonato (só eu que tava me sentindo bem e é por isso que você não pode brincar com a altitude, cada um tem uma reação diferente no corpo. O Vitor, por exemplo, tava com uma puta dor de cabeça e um pouco enjoado, mas depois que tomou remédio melhorou).
Seguimos para a #sétimaparada e última: Laguna Colorada! Para entrar nessa laguna é preciso pagar, obrigatoriamente, 150,00 bolivianos na entrada da Reserva Nacional da Fauna Andina Eduardo Avaroa.
O processo foi simples: saímos do carro e esperamos numa fila, preenchemos nossos dados numa lista, mostramos nossos passaportes, pagamos e recebemos um ticket da entrada da Reserva.
GUARDE BEM ESSE TICKET, porque vão te pedir na saída da Reserva e não sei o que acontece quando você perde. Obviamente tem que desembolsar uma graninha, mas não sei quanto. ENTÃO, NÃO PERCA!
Entramos novamente no carro e Emílio nos deixou no hostel que passaríamos a noite. Ele nos mostrou nosso quarto (cada quarto tem 6 camas) e disse que a partir daquele momento o tempo era livre e que podíamos explorar a região do jeito que quiséssemos, mas pra termos cuidado e voltarmos antes do anoitecer, porque além da temperatura baixar demais, a região fica muito escura mesmo.
Entramos no quarto, cada um escolheu sua cama e lá fomos nós explorar a região (leve um casaquinho extra, porque você sai quentinho e na volta a temperatura baixa muitooooo)! QUE LAGUNA MARAVILHOSA! Que cores perfeitas! Com certeza a laguna mais bonita de todas!
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Saímos em direção ao mirante, mas só fomos até a metade do caminho. A caminhada já era sensacional por si própria e a paisagem nos deixava de boca aberta. O mal da altitude era real, Elisa começou a ficar bem preocupada com a taquicardia e pensamos até em dar oxigênio pra ela (vimos um galão na hora que pagamos o ticket), Arthur também não estava na sua melhor forma, a temperatura tava caindo depressa e sabíamos que não teríamos tempo hábil pra chegar no mirante e voltar antes de escurecer, então ficamos preocupados e voltamos direto pro hostel já com o sol se pondo.
Elisa já tinha parado no meio do caminho e se sentou porque não aguentava mais andar. Afinal, se já tava ruim antes, imagina a 4.278 metros de altitude. Andei mais um pouco pra tirar umas fotos dos flamingos e logo voltei correndo (lê-se andando rápido) pra levar ela de volta pro hostel. Quando olhamos pra trás, vimos os outros 4 voltando também. rs
Chegamos praticamente “congelados” e fomos direto falar com Emílio porque Elisa tava piorando cada vez mais. Perguntamos a ele se não seria bom darmos o oxigênio pra ela e ele disse que não, que seria a pior coisa a fazer. Aí você percebe que não entende merda nenhuma de altitude, né? Ele disse que se a gente desse oxigênio pra Elisa, ela teria uma melhora súbita, mas que depois de 20 minutos se sentira pior ainda do que antes.
Emílio disse pra ela se sentar que ia trazer o lanchinho da tarde (#fofonildo) e que ela ia melhorar tomando a Soroche Pills (ou também Sorojchi Pills) e o chá de folha de coca. Sentamos na mesa e tinha uns biscoitinhos e chá (camomila, coca, entre outros).
Emílio deu dois comprimidos da Soroche Pills que ele tinha pra Elisa e mandou ela tomar um e depois tomar o chá de folha de coca puro (folhas de coca com água quente, espera 5 minutos e bebe). Todos tomaram o chá, porque né? Melhor prevenir do que remediar.
Depois do lanchinho, a gente não tava muito certo se teria o jantar propriamente dito ou não, então nos enchemos de biscoito (just in case). Seguimos para o quarto pra arrumar as mochilas de ataque e os mochilões, porque tava rolando um boato de que a luz ia acabar à noite e que de manhã era tudo na base da lanterna do celular. Ficamos preocupados e já deixamos tudo esquematizado pro dia seguinte e, inclusive, algumas pessoas já dormiram prontinhas.
Isso porque esse hostel é bem simples e não tem chuveiro pra banho. O banheiro é de uso coletivo (lê-se misto) com apenas duas cabines funcionando. Não existe tomada nesse hostel e tivemos que pedir ao Emílio pra desenrolar com a moça da casa ao lado e ver se ela deixava a gente carregar as baterias da câmera e os celulares lá de graça (ela queria cobrar).
Emílio desenrolou e deixamos todos os eletrônicos na casa da mulher carregando de graça (nessas situações é muito bom ter aqueles carregadores portáteis, sabe? Porque você não fica refém da boa vontade dos outros. Eu tava com dois, mais decidi guardar pra alguma emergência) e partimos direto pro banho de gato com paninho umedecido.
Mochilas prontas, “banho” tomado e quando menos esperávamos, o Emílio veio colocar a mesa do jantar regadooooo às 19:30! Tivemos sopa de entrada (sempre rola entrada) e um macarrão com salsicha delícia de prato principal. Rolou até um vinhozinho que os meninos curtiram pra espantar o frio.
Ficamos conversando com o outro grupo que vinha nos seguindo direto nas paradas (óbvio né? Eles também eram da Esmeralda Tour) sobre o roteiro de cada um, ideias e coisas que estávamos animados pra ver. Depois disso, rolou uma pausa super fofa para foto com um menininho de 3 anos que tava encantado com a tecnologia touch do celular e tava se acabando gravando vários vídeos dele.
Fomos dormir cedo, porque no dia seguinte teríamos que acordar às 4:00 da madrugada. Às 21:00 geral já tava embalado no sono. Eu demorei um pouco pra dormir, porque tenho alergia à poeira e ela tava atacando sério. Fora que odeio aqueles cobertores de mendigo, sabe? Tava me irritando aquilo lá e acabei tirando, apesar do frio do mal.
Essa noite foi bem tensa, um porque o travesseiro era alto pra caraca e tava me dando uma dor bizarra no pescoço, dois que a cada viradinha de um lado pro outro que a gente dava dormindo nosso coração batia MUITO rápido, muito rápido mesmo (todos tiveram esse problema), então todos estávamos dormindo, mas nos sentido ofegantes como se tivéssemos corrido uma maratona (bizarro o que a altitude não faz).
Quando deu 23:00 Arthur acordou a Elisa pra pedir remédio pra dor de barriga (os efeitos da banana assada do almoço ainda estavam surtindo efeito), que me acordou, que acabei acordando o quarto inteiro na mobilização de um remédio pro Arthur.
Eu sei que a gente acordou no susto, porque só tínhamos dormido duas horas, mas o sono tava tão profundo que deu a sensação que já estávamos dormindo a 8 horas. Geral rindo pra caraca porque estávamos com a mesma sensação de sono infinito e estávamos acordados procurando remédio pro Arthur, que no final, coitado, tomou uma bomba de remédios variados na esperança de melhorar (cada um deu um remédio diferente).
Voltamos a dormir e acordamos às 4:00 da madrugada prontos pra mais um dia sensacional no Uyuni!
SALDO DO DIA:
– Bs. 8,00 – Folhas de coca
– Bs. 5,00 – Banheiro na Laguna Hedionda
– Bs. 150,00 – Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa
TOTAL: Bs. 163,00
PRÓXIMO CAPÍTULO: (CAP.5) A madrugada congelante dos Geisers (-8ºC) e a despedida confusa do Uyuni
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Confira o Capítulo 3: