Trilha de Trolltunga na Noruega (dicas e relato)
RELATO ESCRITO POR DÉBORA LORENA
Oi gente!
Uma seguidora fez a famosa trilha de Trolltunga na Noruega e por ter tido muita dificuldade de conseguir informações sobre o lugar, principalmente em português, ela decidiu compartilhar a experiência dela aqui no Vida Mochileira.
A Noruega é um país muito caro e ela fez um roteiro estilo low cost tentanto economizar o máximo possível, por isso mesmo fez tudo de transporte público.
Segue, abaixo, o relato da Débora Lorena pra vocês!
Nesse post você vai ler:
Preparativos para a Trilha de Trolltunga na Noruega
Passagem aérea
Voamos os dois trechos pela Norwegian. Compramos os bilhetes separados, pois saímos de um lugar e fomos para outro. O voo de ida saiu de Copenhagen, dia 31/07, às 09:20h da manhã, com chegada em Oslo às 10:30h, o valor do bilhete foi 211 reais pra cada. Para a volta íamos para Hamburgo e compramos o voo com saída de Oslo, dia 03/08, às 07:00h e chegada em Hamburgo às 08:25h, pelo valor de 208 reais por pessoa.
Já voamos de Norwegian em outras oportunidades e não temos nada a reclamar. O padrão dos aviões é melhor que outras Low Cost e o serviço é o mesmo, nenhum!
Hospedagem
Primeiro havíamos reservado o Hardanger Hotel por aproximadamente 1300 reais para 3 diárias, em um quarto de casal com banheiro privativo e café da manhã incluso. Havíamos pesquisado outros, mas achamos o custo benéfico bom num primeiro momento, visto que em Odda não existem muitas opções de hospedagem.
Porém, quando pesquisamos novamente mais perto da data da viagem, encontramos um AirBnb ótimo e com preço muito bom. Era um quarto grande com banheiro e cozinha compartilhados, bem em frente ao Trolltunga Studios. As 3 diárias saíram por 590 reais, para o casal. (Para quem quiser procurar o host se chama Sidre)
Sempre que reservamos qualquer hospedagem em viagens fazemos a reserva com cancelamento grátis, exatamente pelo motivo de achar um melhor ou simplesmente desistir de ir para aquele lugar (já aconteceu em outras vezes), assim não pagamos nada para fazer o cancelamento da primeira reserva.
Transporte Oslo até Odda
Precisávamos ir de Oslo até Odda e até o começo da trilha e depois retornar à Oslo. Existe pouca informação sobre isso em sites brasileiros e esse foi o motivo pelo qual eu quis escrever sobre isso. Pesquisamos MUITO! Fizemos e refizemos contas. E, no fim, o mais em conta e menos cansativo seria fazer tudo de ônibus.
As opções que pesquisamos foram carro, ônibus e trem.
O carro te dá uma liberdade muito maior em várias partes da viagem. Você faz seus horários, pode parar na estrada quando achar um lugar bonito (e tem muitos!), pode começar a trilha mais cedo (essa parte pra mim é a que vale mais a pena) e ainda pode conhecer outras trilhas em Odda (tem muitas e não achei praticamente nada sobre isso na internet). Porém, o aluguel do carro, os estacionamentos nas trilhas e a gasolina na Noruega são muito caros (assim como todo resto).
Além de outro contra que seria o retorno até Oslo depois da trilha, a viagem de carro dura mais ou menos 6 horas e fazer isso depois de andar tanto seria beeemm cansativo (mesmo sendo no outro dia). Na minha opinião, se existe a possibilidade de formar um grupo com pelo menos umas 4 pessoas e dividir as despesas e o volante, essa é uma boa opção.
O trem não pesquisei tanto, pois as passagens são bem caras. Mas de qualquer forma não é possível chegar até Odda de trem e existe um trecho feito de ônibus.
O ônibus foi a nossa escolha. A única empresa que achamos foi a NOR-WAY. São aproximadamente 7 horas de viagem até Odda e existe uma troca de ônibus em Seljestad vektstasjon.
Na hora de comprar fiquei com um pouco de receio, pois o tempo pra trocas de ônibus é bem apertado (5 minutos), mas no fim deu certo e vou contar depois como foi a experiência. O preço das passagens ida e volta pra duas pessoas foi 2246 NOK.
Se a compra for feita com antecedência pela internet e com o trecho de volta incluso, o valor é melhor (foi o que fizemos). Existe também a possibilidade de comprar a passagem na hora, mas não sei o valor exato. Vou colocar um comprovante da minha passagem aqui para demonstrar nossa compra.
Transporte Odda até Trolltunga
Existem algumas opções pra ir até o começo da trilha. Nós não deixamos nada reservado antes e resolvemos conversar com o nosso host do AirBnb para decidir o que fazer. Ele explicou que existem os taxis e o shuttle, além da opção de ir de carro.
Conforme ele nos explicou, o táxi tem valor fixo e você escolhe os horários, são 400 NOK para ida e 400 NOK para volta e pelo que entendi podem ir até 4 pessoas, então, se você conseguir mais pessoas pra dividir o taxi, ele é mais vantajoso.
O shuttle passa em dois horários de manhã e custa 250 NOK para ida e volta (comprados juntos, separado é mais caro) por pessoa e a passagem pode ser comprada na hora com o motorista. No caso, como estávamos em dois, o valor foi de 500 NOK, o táxi sairia por 800 NOK então optamos pelo shuttle mesmo. Na volta, existem 3 horários disponíveis. Vou deixar aqui uma foto com os horários e pontos onde ele para.
Comida para a trilha
Compramos algumas coisas no Supermercado Coop dentro da estação de trem em Oslo, pois precisávamos de comida pra viagem e acabamos pegando algumas coisinhas pra trilha também. Assim que descemos do ônibus estamos no centro de Odda e existem algumas opções de supermercados perto. Fomos ao Spar que fica exatamente ao lado da estação de ônibus. Compramos uma garrafa de 1.5 litros de água (não precisa de mais, pois tem como reabastecer durante a trilha), pães, frutas e umas outras coisinhas que vou falar mais detalhadamente depois.
Moeda local
A moeda da Noruega é a Coroa Norueguesa (NOK). Como é uma moeda mais especifica não vale a pena ser comprada com antecedência aqui no Brasil, sai muito mais caro. Em minha opinião, fazer câmbio duas vezes (comprar euro e depois trocar lá por NOK) nunca vale a pena, mas é apenas minha opinião.
Nós conhecemos a WesternUnion ano passado e usamos na nossa viagem no final de 2017 para a Europa, achamos que é a melhor forma de “câmbio” existente hoje. O objetivo da WU não é fazer câmbio e sim ser um banco pra envio de dinheiro pro exterior, porém como as taxas são menores que todas as outras formas de comprar dinheiro aqui, acaba sendo muito usada pra isso.
Vale a pena dar uma pesquisada em como funciona, pois a diferença é grande. Enviamos 913,32 reais e resgatamos 1899,67 NOK lá. A agência da WU que sacamos o dinheiro fica na estação de trem de Oslo, então para ir do aeroporto até a estação compramos os tickets com cartão de crédito. Fizemos a cotação no aeroporto de quanto seria pra trocar o euro pra comprar os tickets, mas achamos que no cartão sairia mais barato.
Relato da Trilha de Trolltunga na Noruega
Chegamos em Oslo por volta das 10:30 e compramos os bilhetes pra estação central, de onde pegaríamos o ônibus para Odda às 13:40h. As máquinas são bem simples de ser usadas e sempre tem alguém pra ajudar, caso seja necessário.
Existem algumas formas de ir para o centro de Oslo, mas achamos que de trem comum foi o melhor custo beneficio. É possível fazer o pagamento em moeda ou cartão de crédito e o bilhete unitário custa 101 NOK. No aeroporto existe casa de câmbio para trocar NOK, mas fizemos a cotação e ficaria mais barato no cartão de credito então compramos no cartão.
A viagem até a estação central é super-rápida, o trem é confortável, mas fica um pouco cheio.
Chegando à estação central, procuramos a WesternUnion para sacar o dinheiro e foi bem rapidinho e sem complicação. Caso você precise achar a agência, pergunte para um dos funcionários, assim fica mais simples de localizar. Existem muitos funcionários identificados para ajudar e eles foram sempre bem educados com a gente.
Na estação, existe um supermercado da linha Coop, que já conhecíamos da nossa outra visita ao país. Em geral, comprar qualquer coisa na Noruega é caro, inclusive em supermercados, mas essa rede tem bons preços e algumas promoções.
Compramos pães, chocolate, queijo e embutidos pra colocar no pão e uma cestinha de nectarina por 230 NOK (para 2 pessoas) . Essa comida seria pra almoçar no ônibus e comer durante a viagem e ainda sobrar um pouco pra trilha. Esquecemos de comprar água, então precisamos comprar mais caro na estação de ônibus, 40 NOK.
Perguntamos ao funcionário onde era a estação de ônibus e fomos pra lá aguardar a saída do nosso. Para chegar à estação é simples: na saída onde fica o supermercado tem duas passarelas, siga pela da direita e vai chegar à Galleri Oslo, lá dentro fica o terminal de ônibus. Existem placas informativas sobre as plataformas de onde saem os ônibus, basta procurar o seu e esperar na plataforma.
No caso do ônibus de Odda, a rota é Haugesund, então nos telões você precisa procurar por esse nome. Caso tenha dificuldade, basta perguntar algum funcionário do setor de informações que estavam bem em frente aos telões.
Não tem lugar marcado no ônibus, então quem entra primeiro escolhe o lugar. Sentamos do lado esquerdo do ônibus (atrás do motorista) e acho que foi uma escolha boa, achei as paisagens mais bonitas do lado que eu estava. Algumas pessoas compram a passagem na hora com o motorista, então o embarque é um pouco demorado. O ônibus tem ar condicionado, banheiro e café! =D O ônibus saiu na hora marcada e foi com praticamente todos os lugares ocupados.
A viagem tem muitas paradas, muitas mesmo! Uma das paradas foi pra trocar de motorista e tivemos 15 minutos pra descer. Nessa parada tem uma lanchonete, mas tudo bem carinho como sempre na Noruega. Um café pequeno custou 34 NOK!(nessa hora a gente ainda não sabia que tinha café no ônibus DE GRAÇA!) Nessa parada estávamos um pouco atrasados, mas o segundo motorista correu pra diminuir esse atraso. Apesar de chegarmos um pouco atrasados no lugar onde teríamos que trocar de ônibus, o outro ônibus estava esperando por nós e deu tudo certo!
Chegando em Odda, estava caindo uma chuva horrível e corremos (literalmente) pra um supermercado bem ao lado do terminal de ônibus (supermercado SPAR). Aproveitamos pra comprar umas coisas pra complementar a comida pra trilha e umas coisinhas pra comer antes de dormir também. Compramos tomate, queijo e pepino pra comer com pão, uma água de 1.5 litro, suco e pão por 87 NOK.
Fomos na chuva pro Airbnb. A casa fica bem perto de onde o ônibus para, mas na chuva pareceu uma vida inteira andando. Então, fica a dica de ter uma capa, porque o tempo na Noruega é doido e sempre pode chover.
Conhecemos nossos hosts e eles foram bem legais, explicaram as formas de ir pro começo da trilha e falaram que estavam felizes com nossa chegada, pois no outro dia faria sol e seria ótimo pra fazer a trilha (Thanks God!).
O banheiro era estranho, apertado e nada funcional, mas deu pra se virar, afinal, foi um preço que nem dava pra reclamar de nada. O quarto era grande com dois sofás cama, um armário grande, espelho e uma arara. Tomamos um banho e colocamos as coisas molhadas pra secar. Comemos um pouco e já deixamos as coisas arrumadas pra trilha no dia seguinte.
O que levamos para a Trilha de Trolltunga na Noruega
(para 2 pessoas)
– 2 garrafas de água (1,5 e 1 litro)
– 7 nectarinas
– 8 pães
– chocolate
Levamos também casaco corta vento, touca e luva, porque mesmo com sol lá em cima é mais frio e venta.
Acordamos e o dia estava lindo! Céu super azul! Saímos às 06:20h e pegamos o ônibus às 06:31h no ponto do Trolltunga Studios. Compramos o bilhete de ida e volta com o motorista por 250 NOK pra cada, guarde bem o comprovante pra mostrar no ônibus na volta. O ônibus para no pé da trilha e tem uma lojinha com comida, cerveja, suviniers e afins, como sempre tudo caro demais pro nosso bolso.
Não demoramos muito por ali, porque tinha muita gente pra subir e queríamos ir sem muvuca. Antes essa primeira parte da trilha era a mais difícil, mas eles construíram um caminho em zigue zague onde é possível subir inclusive de carro. A distância aumentou, mas a dificuldade diminuiu muito.
Chegando lá, vimos que é possível subir essa parte com umas vans que ficam subindo e descendo o tempo todo, mas achamos caro (130 NOK por trecho). Vale a pena porque você consegue reduzir bem o tempo da trilha. Essa parte eu faria diferente, e teria subido de van. A van vai deixar no fim do caminho de zigue zague e de lá começa a trilha.
A trilha é linda, da pra parar várias vezes porque sempre vai ter uma paisagem impressionante. Nós decidimos subir sem parar muito e fazer as paradas na volta. Paramos uma vez pra comer e quando abrimos a agua descobrimos que era COM GÁS!!!!!! Muito ódio da gente mesmo!! Quando for comprar confirme com o atendente, porque estava escrito Natural e era com gás!!! Ainda bem que existem lugares pra reabastecer pela trilha.
A trilha se divide em partes cansativas e difíceis e partes fáceis. Mas não considero que seja uma trilha difícil, o único problema é que ela é muito longa, então acaba que no fim se torna bem desgastante. Em toda trilha tem placas informando a distância que falta pra chegar, às vezes isso é bom, mas às vezes é frustrante. O tempo foi fechando enquanto subíamos e chegando lá já estava bem fechado e muito frio.
Chegamos à pedra às 11:30h e estava com uma fila ENORME pra fazer a foto lá em cima. Fomos direto pra fila e enquanto um guardava o lugar, o outro andava por lá. A parte de tirar a foto é bem organizada, cada um de uma vez, bem tranquilo. Demoramos 2 horas na fila e enfim tiramos nossas fotos. Vou explicar como fizemos com as fotos porque foi um dilema.
A gente queria pedir alguém pra tirar porque queríamos uma foto de nós dois juntos, mas não queríamos que todas as fotos fossem tiradas por outra pessoa porque, se ficasse ruim, todas ficariam, então quando estava chegando nossa vez o Thiago foi sozinho e eu subi e tirei a foto dele, ele me esperou no fim da fila, eu desci e ele subiu e fez minha foto.
Pra ter uma foto de nós dois eu pedi o cara que estava atrás de mim pra tirar e nós fomos na pedra juntos. O segredo é sempre deixar alguém no fim da fila marcando o lugar enquanto o outro sobe pra tirar a foto. Depois dessa trabalheira toda fomos comer uma coisinha e andar por lá, as vistas que não são da pedra também são incríveis.
Começamos a descer às 14:15h. Na descida, eu senti que estava bem fadigada. Minhas pernas já não estavam respondendo bem. Afinal, além de toda subida, ficamos um tempão em pé esperando na fila. No final, eu estava com uma câimbra terrível, uma coisa que nunca tinha sentido, e pensei que quando chegasse no asfalto (no zigue zague) iria melhorar, mas só piorou.
Eu simplesmente não conseguia andar! Tomei remédio, parei um pouco mas nada fez melhorar. Foi a pior sensação da vida. No fim, o Thiago estava praticamente me carregando. Conseguimos chegar no fim da trilha às 19h.
Os ônibus de volta pra Odda saem em três horários: 17:00, 18:30 e 20:00. Pegamos o último e ele saiu um pouco antes das 20:00, então fique esperto com o horário.
Passamos no mesmo supermercado e compramos umas coisas pra jantar. Pão, salsicha, macarrão, tomate e suco por 103 NOK.
Fomos pro nosso Airbnb, tomamos um banho bom, comemos e apagamos. Antes de dormir colei muitos salompas na minha perna e no joelho que estavam doendo muito. MUITO! E tomei uns dorflex. Não deixe de levar essas coisas, mesmo que não precise é bom ter.
Acordamos tarde, arrumamos as malas e deixamos tudo pronto pra ir embora. O nosso host deixou sairmos depois do horário de check out, então fomos dar uma andadinha no centro de Odda, fomos no visitor center e nas lojinhas que tem por lá. Nada demais, é um lugar muito pequeno, mas é lindo demais!
Ainda tínhamos comida e fizemos uns sanduiches pra viagem de volta. Pegamos o ônibus em direção à Odda e a volta foi tranquila e tudo igual a ida, troca de ônibus no mesmo lugar, muitas paradas, parada pra café e troca de motorista. Tudo igualzinho. Chegamos em Oslo, comemos na estação central e fomos pro aeroporto, porque nosso voo iria sair cedo no outro dia então resolvemos “dormir” por lá mesmo.
Espero que esse post tenha sido útil e se você conhece alguma pessoa que precisa ler isso, compartilha o link com ela!
Mineira e apaixonada pelo mundo. Tento conciliar o trabalho e a rotina do dia a dia com viagens de férias. Amo planejamento de viagens e viajo com meu marido Thiago! Gosto de conhecer pessoas locais e descobrir lugares não turísticos. Prefiro natureza à cidade mas estou sempre de coração aberto para todos os lugares novos!
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